
Presidente também defendeu a atuação dos parlamentares federais para a aplicação de recursos em projetos que beneficiam estados e municípios. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quinta-feira (12) o pagamento das emendas parlamentares durante um evento em Contagem, em Minas Gerais.
O aceno público de Lula a favor do direcionamento de recursos do orçamento por deputados federais e senadores ocorre após o presidente mandar acelerar liberação de recursos para resfriar a crise com o Congresso causada pelo IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em algumas operações financeiras, conforme informou o blog do jornalista Valdo Cruz.
“As emendas parlamentares têm muita gente que critica. Olha, quando uma emenda é feita na parceria com um ministro e a gente em uma cidade e é capaz de entregar para 301 prefeitos uma máquina desse porte vale a pena ter emenda sim”, afirmou o presidente.
Em busca de apoio político no Congresso e no Amapá, Lula faz acenos a presidente do Senado, Davi Alcolumbre e defende pesquisas sobre petróleo no Estado
Ricardo Stuckert/Presidência da República
Lula também defendeu a atuação dos parlamentares federais para a aplicação de recursos em projetos que beneficiam estados e municípios.
“Esse é o papel de um deputado e de um senador. O que não pode é fazer emenda para coisa que não tem prioridade, para coisa que não tem utilidade”, disse Lula.
Decreto do IOF e MP
Segundo o blog do Valdo Cruz, diante das resistências do Congresso às novas medidas fiscais e da sugestão de assessores para adiar a proposta, decidiu insistir na medida provisória (MP) editada na quarta-feira (11) para substituir o decreto que elevou as alíquotas do IOF.
Um assessor disse ao blog que o presidente decidiu “pagar para ver”, mas também deu a orientação para acelerar a liberação de emendas parlamentares para melhorar o clima no Legislativo.
Lula está preocupado com o clima de insatisfação reinante em sua base aliada e vai trabalhar para melhorar o ambiente no Congresso para o governo.
A MP acaba com a isenção das aplicações em LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito Agrícola), elevar a alíquota sobre as bets de 12% para 18% e também faz mudanças na cobrança de Imposto de Renda sobre aplicações financeiras.
De acordo com Valdo Cruz, a avaliação final do governo é que haverá tempo para negociar a medida no Congresso, já que a maior parte das medidas só entram em vigor no próximo ano pelo princípio da anualidade. Aumento de imposto num ano só passa a vigorar no seguinte.
A equipe de Lula avalia que a principal resistência à MP vem do Centrão, principalmente de parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Nesta quarta-feira (11), PP e União Brasil decidiram que vão trabalhar para rejeitar a MP por não concordarem com novos aumentos de impostos e defendem medidas de corte de gastos obrigatórios.