Iguá Saneamento despeja esgoto in natura no mar da Barra da Tijuca há pelo menos 3 anos, diz relatório da Agenersa


A concessionária Iguá é responsável pelo saneamento básico em parte da Zona Oeste do Rio. O relatório que o RJ2 teve acesso aponta que despejo foi causado por falhas no projeto de ampliação da estação de tratamento do bairro. Iguá Saneamento despeja esgoto in natura no mar da Barra da Tijuca há pelo menos 3 anos, diz relatório da Agenersa
Um relatório da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do estado do Rio (Agenersa) aponta que a concessionária Iguá Saneamento vem despejando esgoto in natura no mar da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, há pelo menos três anos.
A Iguá é responsável por parte do saneamento básico da Zona Oeste. O relatório, que o RJ2 teve acesso, diz que o despejo foi causado por falhas no projeto de ampliação da estação de tratamento do bairro.
O parecer técnico aponta que o esgoto bruto não passa por nenhum tratamento e segue para o emissário submarino. De lá, é lançado no mar a cinco quilômetros da orla.
A Agenersa diz que a Iguá desrespeita uma lei estadual que determina que os lançamentos finais dos sistemas públicos e particulares de coleta de esgotos sanitários deverão ser precedidos, no mínimo, de tratamento primário completo.
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O tratamento primário retira apenas a parte mais sólida do esgoto.
Em maio de 2022 foram descobertas falhas na Estação de Tratamento de Esgotos da Barra, que na época já passava por obras. A situação ficou ainda pior a partir de junho do ano passado com a paralisação total do tratamento.
Iguá Saneamento despeja esgoto in natura no mar da Barra da Tijuca há pelo menos 3 anos, diz relatório da Agenersa
Reprodução/TV Globo
A Agenersa diz ainda que os impactos ambientais ocorrem por “questões basicamente econômicas”.
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A Iguá foi notificada pela Agenersa, que contestou o argumento da empresa de que seria tecnicamente inviável manter o funcionamento parcial da estação durante a reforma.
Uma das áreas mais afetadas pelas obras foi o Parque Natural Municipal Bosque da Barra, onde o lago praticamente secou. Segundo a Agenersa, a Iguá rebaixou o lençol freático sem apresentar o projeto de impacto ambiental na região.
O relatório aponta ainda que a concessionária descumpriu 16 itens do contrato de concessão, que começou em fevereiro de 2022 e vai durar por 35 anos.
Procurada, a Iguá disse que monitora a água do mar na área do emissário submarino e na praia da Barra desde o início da sua operação e que não identificou alterações nos padrões de qualidade da água em comparação com análises anteriores.
A empresa diz ainda que atua sempre em cooperação com o órgão ambiental e que a obra na estação de tratamento de esgoto está sendo realizada para atender a obrigação de performance estabelecida no contrato de concessão. Sobre a redução do nível de água no Bosque da Barra, a Iguá vem dizendo que o problema foi causado pela falta de chuvas.
A Agenersa afirmou que instaurou um processo administrativo e que vai aplicar as penalidades cabíveis na concessionária.
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