
Abalo sísmico foi registrado em Callao, região metropolitana de Lima, na tarde de domingo (15). Nesta segunda-feira (16), ocorreu mais um terremoto na mesma região, apesar de ter sido menos intenso. Terremoto no Peru, no último dia 15 de junho
USGS
O terremoto de magnitude 5.6 que atingiu o Peru na tarde deste domingo (16), deixou assustada a jornalista acreana Isabelle Freitas Figueiredo, de 25 anos, que mora em Lima há cerca de três meses. Ela estava lavando roupa no apartamento onde mora quando sentiu o tremor que matou um mototaxista, de 37 anos, esmagado pela queda de um muro.
No início da tarde desta segunda-feira (15), inclusive, um novo sismo foi registrado, apesar que de menor intensidade. (Veja mais abaixo)
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Ao g1, ela contou que mora no Distrito San Miguel, que forma a Província de Lima, capital peruana. Por morar em um prédio, disse que o tremor foi sentido de maneira forte.
“Começou devagar e nos últimos 30 segundos foi bem forte. Eu que moro no 5° andar senti bastante e todo mundo do prédio precisou descer por uns minutos para evitar estar dentro do edifício caso voltasse”, falou.
O epicentro do terremoto foi em Callao, região metropolitana de Lima, distante cerca de 30 quilômetros da cidade, com magnitude de 6.1. Segundo o site El Peruano, jornal diário oficial do Peru, pelo menos 17 pessoas ficaram feridas e sete unidades de saúde tiveram a estrutura comprometida. Ainda não há o quantitativo oficial de residências diretamente afetadas.
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Isabelle Figueiredo/Arquivo pessoal
O terremoto estava a uma profundidade de 40 km, segundo o Centro Sismológico Europeu-Mediterrâneo (CSEM), e foi registrado às 11h35, no horário local (13h35, horário em Brasília).
A origem do terremoto aconteceu a 20 km de Lima, capital do país. Um jogo de futebol, inclusive, precisou ser paralisado por conta do abalo sísmico. (Veja abaixo)
Terremoto paralisa jogo de futebol no Peru
O Serviço Geológico dos Estados Unidos disse que havia pouco risco de tsunami. Esse, inclusive, era o medo da jornalista e dos demais moradores da região.
“Além dos acidentes por causa do tremor da terra e das paredes, o principal ponto foi o medo de Tsunami, mas em 30 minutos o governo regional já explicou que não teria nenhum risco”, comentou.
Quase 40 minutos depois do primeiro tremor, foi registrado outro terremoto de magnitude 3.6, com profundidade de 29 km, também no Peru, informou o Centro Sismológico Nacional do país.
Terremoto de 6.1 atinge Callao, no Peru
Reprodução/Ministério do Meio Ambiente do Peru
Novo abalo sísmico
Nesta segunda-feira (16), pouco mais de 24 horas após os abalos anteriores, mais um tremor em Callao foi registrado e sentido pelos moradores de Lima.
O reporte foi dado pela jornalista enquanto cedia entrevista ao g1. Segundo ela, o tremor durou cerca de 30 segundos. “Minha colega de apartamento veio correndo pro meu quarto”, relatou.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente do Peru, a magnitude foi de 4.2, a 56 km de profundidade, por volta das 12h40 (14h40 no horário de Brasília).
Terremoto de 4.2 foi registrado nesta segunda-feira (16), em Callao, no Peru
Reprodução/Ministério do Meio Ambiente do Peru
Último terremoto em 2021
O último terremoto de grande magnitude no Peru foi registrado em outubro de 2021, de magnitude 5,7, que atingiu o oeste do Peru. O fenômeno foi registrado próximo à fronteira peruana com o Brasil e com a Bolívia. Na época, moradores de Acre e Rondônia relataram ao g1 terem sentido o tremor.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que monitora atividade sísmica no mundo inteiro, informou que o tremor teve epicentro a 13,5 km de profundidade. Trata-se de uma distância da superfície considerada muito pequena, suficiente para amplificar os impactos do abalo.
Moradores de Acre e Rondônia se assustam com reflexos de terremoto que atingiu o Peru
Acre teve abalos recentes
Em outubro do ano passado, a cidade de Tarauacá, no interior do Acre, sentiu dois tremores de terra, seguidos por um forte estrondo. Ambos foram registrados pelo Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis-UFRN) e confirmados pelo Corpo de Bombeiros e Defesa Civil do município.
O professor dr. Romero Pinheiro, coordenador do laboratório de Geofísica Aplicada da Universidade Federal do Acre (Ufac), confirmou na época ao g1 as informações da Defesa Civil que atribuía os abalos às placas tectônicas.
“Trata-se de um limite convergente com um processo de subducção, quando uma placa tectônica mais densa mergulha sob outra placa, em uma zona de convergência. As forças compressivas de convergência e subducção produzem grandes terremotos ao longo da zona de subducção”, afirmou ele.
VÍDEOS: g1