Especialistas indicam alternativas criativas ao xadrez tradicional, com dicas de materiais, modelagens e reaproveitamento de peças para curtir o São João com estilo. A estampa xadrez é um clássico do São João, seja nas roupas, nas decorações ou nos acessórios. Apesar de devidamente consagrada, é possível entrar no clima da festa investindo em outras tendências, sejam elas de estampas ou de composições.
Para ajudar você na hora de montar o look, o g1 conversou com a designer e professora de moda Manuela Correia para saber quais são as principais apostas para brilhar no ciclo junino.
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🤫 Spoiler: Segundo ela, roupas de couro e de materiais com textura como crochê, tricô e fuxico, são grandes acertos para o período.
“Minha sugestão é investir mais no material. Dá para você ir todo de preto, por exemplo, usando peças de couro, um marrom, uma saia de couro. Dá para utilizar também materiais que lembram mais o handmade [feito à mão], tipo crochê, tricô. Já vi o pessoal fazendo aplicações tipo fuxico, também”, explicou Manuela Correia.
Tons terrosos, brilho e texturas são possibilidades para entrar no clima junino
Catarina Jansen/Divulgação
👗 A modelagem da roupa também pode ser o diferencial para entrar no clima junino. De acordo com a especialista, são mais que bem-vindas propostas que incluam peças com babados, saias rodadas, tops volumosos e mangas bufantes.
👢 Não encontrou roupas com essas características? Invista em acessórios. Cintos largos de couro, fivelas grandes e metálicas “ao estilo vaquejada”, botas e tachinhas são escolhas certeiras, de acordo com Manuela Correia.
🧵 Já quem faz questão de colocar a criatividade para jogo e usar uma peça única, a aposta perfeita é o upcycling — processo de reutilização de peças de roupas e materiais para criar novos produtos customizados de vestuário ou acessórios.
“No âmbito do upcycling dá para fazer muito com jeans. Você pode pegar uma calça jeans, transformar numa saia e fazer aplicações que lembram as bandeirinhas de São João com o restante do jeans que sobrou, por exemplo. Dá para transformar num coletinho, colocar por cima daquela roupa básica e já transformar o look”, comentou a professora.
Segundo Manuela, não é preciso saber costurar para investir no upcycling. Uma tesoura na mão e materiais adequados, como cola de tecido e de silicone, já são suficientes para deixar a criatividade correr solta.
Brechó de portas abertas
Dona de brechó, Catarina Jansen dá dicas de como fugir do xadrez no São João
Para quem gosta da ideia do upcycling, mas tem medo de estragar alguma roupa, uma solução simples é bater perna por algum brechó. De acordo com Catarina Jansen, proprietária do Vintage Brechó, localizado no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, até a forma de utilizar as peças já pode trazer uma proposta nova.
“A gente faz algumas montagens, por exemplo, transformando uma camisa masculina em uma blusa ombro único, sem costura, sem nada, só na amarração. Transformando uma camisa numa saia… Fiz aqui um cinto obi utilizando gravatas. As clientes, muitas vezes, já chegam na loja procurando por peças que funcionem nessa proposta”, explicou.
Segundo Catarina Jansen, essas construções podem ser feitas em tecidos e cores que remetem ao período junino. A profissional de moda apontou o jeans e o estilo “boho chic” como escolhas em alta para a época. O “boho chic” tem a forte presença de tons terrosos, couro, babados e rendas.
“As pessoas têm procurado jeans e peças com brilho. Franja também está entrando muito com essa onda do boho chic”. Tem aquela pegada meio hippie que remetem aos anos 1970”, apontou Catarina Jansen.
O ditado de que o jeans nunca sai de moda também se aplica ao São João
Catarina Jansen/Divulgação
Estampas
Já quem quer entrar no clima do São João com originalidade, mas não tem energia para investir no upcycling ou em composições elaboradas, uma possibilidade é apostar em estampas temáticas em peças que se adaptem bem a diferentes ocasiões.
Foi pensando nessa proposta que a empreendedora Rafaela Bezerra criou uma coleção de estampas especial para o São João para a sua marca de roupas, a Décimo Andar. Em entrevista ao g1, Rafaela contou que investiu em visuais que remetessem ao período, mas que não ficassem datadas no guarda-roupa.
Estampas inspiradas na estética junina foram pensadas para serem usadas, também, em outros períodos
Gustavo Guerra/Divulgação
“É uma estampa que dá para se usar o ano todo, porque é mais voltada para a representatividade, do que de fato só a questão junina. A gente explorou mais coisas que lembrassem o Nordeste, não só o São João. Não botamos tanta, fogueira e bandeira, que geralmente são as estampas que a gente trabalha”, explicou.
Segundo Rafaela, a maior parte do público da loja é composto por mulheres entre 30 e 50 anos, mas não se restringe a elas. A coleção, que inclui peças femininas, masculinas e infantis, funciona bem para comemorações familiares, em escolas e festas durante o dia, que não exigem uma super produção.
“Tem o sítio da trindade, que as clientes ou muito, Caruaru, que as pessoas vão, mas não necessariamente para os polos de show. Vai para o Alto do Moura, para uma Casa Rosa, esses lugares típicos, mas que não necessariamente são os shows de noite. Recife Antigo, festinhas aqui na cidade, ou até mesmo pessoas que não vão para festa nenhuma mas vão viajar com a família”.
Outra alternativa é investir na estampa com terceira peça
Gustavo Guerra/Divulgação
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