
Parte da estrutura chegou a ser destruída por dinamites para impedir avanço de forças federais. Nesta quarta-feira (9) é feriado da Revolução Constitucionalista em São Paulo. Ponte pênsil em Chavantes foi estratégica durante as batalhas da Revolução Constitucionalista
Filipe Zampoli/ TV TEM
Nesta quarta-feira (9) é feriado da Revolução Constitucionalista no estado de São Paulo. Um movimento armado liderado pelos paulistas, que defendia uma nova Constituição para o Brasil e era contra o autoritarismo do governo provisório de Getúlio Vargas, em 1932.
📲 Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp
Durante as batalhas, mais de 600 pessoas morreram, segundo números oficiais, e uma cidade do centro-oeste paulista teve um papel importante nessa luta.
Em Chavantes (SP), a ponte pênsil, que ligava o estado de São Paulo ao Paraná, se tornou um ponto estratégico de passagem de tropas e suprimentos.
Durante o conflito, os paulistas chegaram, inclusive, a dinamitar parte da estrutura da ponte para impedir o avanço das forças federais vindas do sul do país.
Dessa forma, a ponte, além de símbolo histórico, também foi cenário de uma manobra militar decisiva para tentar proteger o território paulista. Uma parte importante da história do povo paulista, que continua em pé e preservada, como ressalta a professora e pesquisadora Maria Helena Cadamuro.
“A ponte vai divisa com o Paraná e os soldados paulistas estiveram próximos dela para evitar a entrada dos soldados gaúchos. Então a ponte é uma referência histórica nossa da revolução, assim como a pedra os soldados escreveram frases sobre o movimento que fica próxima da barragem onde hoje funciona a hidrelétrica de Chavantes. Portanto é um marco histórico e arquitetônico”.
Ainda de acordo com a pesquisadora, a ponte foi reconstruída em 1934.
Ponte é símbolo histórico e também ponto turístico em Chavantes
Filipe Zampoli/ TV TEM
A revolução
São Paulo se rebelou em 1932 cobrando uma Constituição e protestando contra o governo Getúlio Vargas.
Militar gaúcho, Getúlio havia assumido o poder dois anos antes, marcando o fim da política “Café com Leite”, como ficou conhecido o período em que políticos ligados aos estados de São Paulo e Minas Gerais dominaram as primeiras décadas da República no país.
Para governar São Paulo, foi composto um secretariado encabeçado por José Maria Whitaker, que acabou deixando o cargo 40 dias depois. Assumiu como interventor o delegado militar do governo João Alberto Lins de Barros, o que gerou mais insatisfação
Os protestos ganharam força em maio de 23 de maio, quando um grupo organizou manifestação na sede do Partido Popular Paulista (PPP).
Na confusão, quatro foram mortos: Martins, Miragaia, Drausio e Camargo. Nasceu então um movimento com as iniciais dos quatro nomes, o MMDC, que teve papel importante na mobilização para a luta.
Também foi atingido na confusão um homem conhecido como Alvarenga, que morreu depois e cujo nome não entrou na sigla.
A revolução em si foi desencadeada por um levante em reação ao afastamento do general Bertoldo Klinger, simpático ao movimento.
A revolução teve adesão do povo, mas perdeu força porque os revoltosos de outros estados acabaram controlados pelo governo e armas encomendadas no exterior não chegaram aos paulistas.
No fim, mais de 600 constitucionalistas foram mortos nas batalhas segundo as contas oficiais, estimativa considerada abaixo da realidade por muitos envolvidos nos combates.
Feriado estadual
A lei que incorporou a data ao calendário oficial do estado é a Lei 9.497, de 5 de março de 1997, que determina que 9 de julho seja feriado estadual e não ponto facultativo. Ela foi sancionada pelo então governador Mário Covas.
Revolução Constitucionalista de 1932 é lembrada até hoje em São Paulo
Veja mais notícias da região no g1 Bauru e Marília
VÍDEOS: assista às reportagens da região