Moraes diz que Eduardo Bolsonaro continua tentando interferir em investigação contra o pai

Ministro do STF determinou o envio de postagem do deputado à PGR; Eduardo é investigado por coação, obstrução e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) continua tentando interferir nas investigações relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Moraes, o parlamentar “permanece praticando condutas com o objetivo de interferir e embaraçar” o andamento da ação penal que apura a atuação do pai em uma trama golpista.
A manifestação de Moraes consta em despacho assinado no dia 1º de julho, no inquérito que investiga Eduardo por supostos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação que envolve organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
De acordo com o ministro, no dia 29 de junho, Eduardo Bolsonaro publicou uma mensagem na rede social X (antigo Twitter), que, segundo Moraes, configura nova tentativa de embaraço à apuração que envolve Jair Bolsonaro.
Na postagem, Eduardo mostra um ato com Jair Bolsonaro, no qual o ex-presidente diz: “Faça o Brasil grande novamente”, em referência ao slogan do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “Make America great again”.
Eduardo se licenciou do mandato para se mudar para os EUA. Ele é tido como um interlocutor da família com o governo Trump.
Na postagem, Eduardo ressalta a fala de que Moraes precisa sofrer sanções dos EUA, senão o país vai passar pelo mesmo que o Brasil. Ele e o pai alegam que há perseguição ao ex-presidente no processo de tentativa de golpe de Estado.
Moraes determinou a adição da postagem e do vídeo associado aos autos, além do envio do material à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação.
“No dia 29/6/2025, o investigado Eduardo Nantes Bolsonaro realizou postagem na rede social X […] Verifica-se que o investigado permanece praticando condutas com o objetivo de interferir e embaraçar o regular andamento da AP 2.668/DF, que já se encontra em fase de apresentação de alegações finais pelas partes”, escreveu Moraes.
O inquérito também registra comunicações anteriores da Polícia Federal e do Ministério das Relações Exteriores. Em junho, o Itamaraty informou ao STF que qualquer pedido de cooperação internacional no caso deveria ser encaminhado à Secretaria de Estado em Brasília, responsável por intermediar contato com a embaixada brasileira em Washington, nos Estados Unidos.
A Polícia Federal, por sua vez, já havia encaminhado, em 5 de junho, documentos reunidos no inquérito até aquele momento.
Com a nova movimentação, Moraes reiterou a importância de preservar a integridade das investigações e alertou para condutas que podem ser interpretadas como tentativa de interferência no processo.
Eduardo Bolsonaro ainda não se manifestou publicamente sobre a decisão até a última atualização desta reportagem.
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