Prêmio Faz Diferença celebra os 100 anos do jornal ‘O Globo’ e homenageia personalidades que se destacaram em 2024


A cerimônia foi apresentada pelos colunistas Miriam Leitão e Ancelmo Góis. Os jurados premiaram 16 categorias. A 22ª edição do Prêmio Faz Diferença homenageou, na terça-feira (8) à noite, personalidades que se destacaram em 2024 e celebrou os 100 anos do jornal “O Globo”.
Eles foram notícia em 2024. Brilharam nas telas e nos palcos. Se dedicaram a conquistas importantes na saúde, economia, direitos humanos e tantas outras áreas. Serviram de exemplo e de inspiração.
Na noite de terça-feira (8), personalidades que se destacaram em 2024 receberam o Prêmio Faz Diferença, uma apresentação do jornal “O Globo” e Firjan Sesi, com apoio da Naturgy e da Petrobras. A cerimônia foi apresentada pelos colunistas Miriam Leitão e Ancelmo Góis. Os jurados – formados por jornalistas de “O Globo” e por leitores do jornal – premiaram 16 categorias.
“Celebrar o centenário de ‘O Globo’ é lembrar que a história de um jornal é também a história das pessoas que ele ajuda a iluminar. Cem anos depois, seguimos movidos pelo mesmo espírito: informar com responsabilidade, ouvir a sociedade, reconhecer quem trabalha por um país melhor. É isso que fazemos aqui hoje, ao premiar pessoas que fizeram a diferença e afirmamos o valor das ações concretas, de trajetórias inspiradoras, de vozes que ajudam a transformar o presente”, disse João Roberto Marinho, presidente do Grupo Globo.
A médica cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar foi a primeira homenageada da noite, na categoria ciência e saúde. Ela coordenou propostas de enfrentamento às drogas, encaminhadas ao STF – Supremo Tribunal Federal, com foco na prevenção e no acolhimento de usuários.
“Um país sem investimento na ciência, na educação e na saúde é um país desigual, é um país que não tem futuro”, afirmou Ludhmila Hajjar.
Prêmio Faz Diferença celebra os 100 anos do jornal ‘O Globo’ e homenageia personalidades que se destacaram em 2024
Jornal Nacional/ Reprodução
Foi pensando no futuro dos alunos que o Rio se tornou a primeira cidade do país a proibir os celulares nas escolas da rede municipal, o que depois se tornou lei federal. Na categoria educação, o premiado foi o secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha. Ele recebeu o prêmio das mãos de José Roberto Marinho, vice-presidente do Conselho do Grupo Globo, e de Flávia Barbosa, editora-executiva do jornal.
Bem longe da sala de aula, Daniela Chindler provou que também é possível levar conhecimento por meio dos livros. Ela criou o projeto de leitura “Histórias Além dos Muros”, dentro de uma penitenciária feminina em Bangu, Zona Oeste do Rio.
As ruas também estão repletas de personagens inspiradores. No meio de uma enchente, na Baixada Fluminense, Marcos Vinícius virou herói.
A advogada e religiosa Rosita Milesi foi a vencedora da categoria mundo, por mais de 30 anos dedicados ao acolhimento de migrantes e refugiados. Ivete Sangalo venceu na música. A filósofa e escritora Suely Carneiro, uma das principais ativistas do feminismo negro no Brasil, recebeu o prêmio diversidade.
Mulher, exemplo de força e coragem no enfrentamento do câncer, Preta Gil foi a homenageada na categoria Ela. Flora Gil subiu ao palco para agradecer, em um discurso emocionado:
“O tempo é rei. E a gente está dando esse tempo para a Preta, esse desafio da vida que trouxe para ela”, disse Flora Gil.
A empresa de doces Fumel fez a diferença para o desenvolvimento do Rio, incentivando a agricultura familiar no interior do estado.
Ele nos fez rir e também nos fez chorar em 2024. O ator Selton Mello ganhou na categoria cinema.
“A Inteligência Artificial não vai conseguir ganhar das pessoas humanas porque somos imperfeitos. E eu acho que eu ganhei exatamente pelo minha imperfeição. Humano. Obrigado”, disse Selton Mello.
Da tela do cinema para tela da TV. A apresentadora Ana Maria Braga recebeu o prêmio pela conexão com o telespectador em 25 anos à frente do programa Mais Você.
“Estou muito orgulhosa de estar aqui depois de 25 anos fazendo o que mais amo fazer, que é falar. Por isso, estou falando muito. E tentar fazer a vida das pessoas que estão lá do outro lado melhor. Eu quero agradecer por vocês me permitirem fazer o que mais amo na vida – e ainda me pagarem”, disse Ana Maria Braga.
No ano do centenário, ‘O Globo’ deu um prêmio especial aos leitores
Jornal Nacional/ Reprodução
E teve surpresa. No ano do centenário, “O Globo” deu um prêmio especial aos leitores. A servidora pública aposentada Marlene Santos de Lima, de 85 anos, representou todos que se informam pelas reportagens publicadas no jornal.
“Não pensei que eu tivesse essa importância. Me congratulo com o jornal ‘O Globo’ e quero agradecer novamente por todo esse momento que estou vivendo. Obrigada”, disse Marlene Santos de Lima.
Homenagem também para os funcionários de “O Globo”. Foi recebida pelo ilustrador Marcelo Monteiro, que desenha as páginas do jornal desde 1962. O profissional mais antigo da casa foi aplaudido de pé.
“Desenhar até acho que desenho direitinho. Não sou nenhum gênio, nenhum Chico Caruso, mas acho que desenho direitinho. E a minha mulher também acha”, afirmou Marcelo Monteiro.
Na área de economia, Bernard Appy, considerado o pai da reforma tributária, levou o prêmio. Na categoria Brasil, quem venceu foi o pai do Rock in Rio, Roberto Medina.
Um quinteto fantástico levou um país inteiro no peito em 2024. Junto com a medalha de bronze olímpica conquistada em Paris – um feito inédito para a ginástica artística brasileira. Jade, Rebeca, Flavinha, Lorrane e Júlia fizeram a diferença no esporte.
“Você vê cinco mulheres muito fortes, mais dois treinadores, mas essa equipe é muito, muito maior que isso. A gente tem uma equipe enorme que trabalha diariamente mesmo, há anos, há mais de 20 anos, para que hoje a gente possa ser protagonista dessas histórias”, agradeceu Jade Barbosa.
Walter Salles e Fernanda Torres foram as personalidades do ano
Jornal Nacional/ Reprodução
Eles trouxeram o primeiro Oscar conquistado por um filme brasileiro. O diretor de “Ainda Estou Aqui”, Walter Salles, e a atriz Fernanda Torres foram as personalidades do ano. João Roberto Marinho, presidente do Grupo Globo, e Alan Gripp, diretor de redação de “O Globo”, entregaram o prêmio.
“Estou muito emocionada de estar aqui no Rio, porque esse filme nasceu no Rio de Janeiro, na minha infância. E porque esse cara fez muita diferença na minha vida. Não imaginava que ia ficar dois anos na pele da Eunice, essa grande brasileira que muita gente – eu mesma – não conhecia quem era Eunice Paiva”, disse Fernanda Torres.
“Esse é um ofício eminentemente coletivo, como o do jornalismo. Nós fizemos um filme sobre perda, sobre ausência. Mas, também, um filme sobre resistência”, declarou o cineasta Walter Salles.
Nesta edição, que também comemora os 100 anos de “O Globo”, pela primeira vez teve uma categoria internacional. E a homenagem foi a uma mulher, jornalista que denunciou os abusos do governo no seu país e defendeu a liberdade de expressão. Vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2021, ela se tornou um exemplo para o mundo.
A filipina Maria Ressa foi pioneira na checagem de dados e se tornou uma referência no combate à desinformação. No discurso, Maria reafirmou a importância do jornalismo. Disse que as histórias que contamos orientam as vidas das pessoas e que o jornalismo é a base da democracia.
“A gente espera que realmente essas histórias dessas pessoas inspirem outros brasileiros a fazerem a diferença. Porque, eu pelo menos, acredito que o país só evolui com a sociedade trabalhando em uma mesma direção e não esperando que algo externo vá fazer a transformação que a gente precisa”, afirmou Frederic Kachar, diretor-geral da Editora Globo.
“Com a mensagem de Roberto Marinho, ele mesmo, nós encerramos a cerimônia de hoje”, disse Miriam Leitão.
“O mundo da comunicação é, sobretudo, o mundo da solidariedade. Base de nosso futuro. Hoje, tenho a serena certeza de que, em um país em desenvolvimento, os olhos da comunicação devem estar sempre voltados para o futuro” – Roberto Marinho.
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