Bolo, balões e fé: à espera de medicação do SUS, menino com leucemia comemora 6 anos no hospital em Belém


Criança com leucemia aguarda por medicação para um transplante de medula óssea em Belém
No Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, a festa de 6 anos de Carlos Daniel Gomes Silva, o Carlinhos, teve bolo, balões e muitos abraços apertados — mas não aconteceu como a família sonhava. Internado desde o dia 16 de junho, ele luta contra a leucemia e aguarda a liberação de um medicamento essencial para dar continuidade ao tratamento.
Diagnosticado com leucemia linfoide aguda, Carlinhos passou por sessões intensas de quimioterapia. Agora, precisa iniciar a imunoterapia com a medicação blinatumomabe, que já é fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) — mas que ainda não chegou para ele.
“A Sespa [Secretaria de Saúde do Par] alega para o advogado que vai dar uma resposta, mas não sabe se vai liberar ou não a medicação”, diz Keller Gomes, mãe do menino.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que o medicamento está em processo de aquisição em parceria com o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo.
Esperança: doador encontrado
A boa notícia é que um doador compatível já foi encontrado. O transplante de medula, porém, só poderá ser realizado depois que Carlinhos responder à imunoterapia e entrar em remissão da doença — condição que aumenta consideravelmente as chances de cura.
Segundo a médica oncohematologista Adriana Seber, o uso da blinatumomabe é comum em casos de recaída da leucemia após quimioterapia.
“Todas as vezes que tem uma recidiva, essa medicação é indicada e o SUS cobre”, explica. “Ela age como uma pecinha que atrai as células doentes e ajuda a levar o paciente de volta à remissão.”
À espera de medicação do SUS, menino com leucemia comemora 6 anos no hospital em Belém.
Reprodução
Enquanto a família aguarda uma resposta oficial da Sespa, o pai de Carlinhos, Daniel Silva, vive a angústia de ver o filho crescendo dentro do hospital.

“O tempo todo dele é dentro do hospital. A gente só quer levar o Carlinhos pra casa”, desabafa.
Mesmo entre frustrações e incertezas, a mãe mantém a esperança. “É só a Sespa liberar. A medicação existe, meu filho pode sobreviver”, diz Keller.
“São dias difíceis, mas o Carlinhos tem uma vontade de viver que comove todo mundo.”
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