
Polícia acha arma de uso restrito em caminhonete de suspeito de atropelar e matar mulher
A caminhonete usada no acidente que matou a assessora jurídica Juliana Chaar Marçal, em junho, em Rio Branco, foi apreendida na tarde desta terça-feira (15) no bairro Vila Acre. A apreensão ocorreu após a prisão de Diego Luiz Passo, que se entregou para as equipes do Grupo Especial de Operações em Fronteira (Gefron) e da Polícia Penal durante operação no Bujari, interior do Acre.
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👉 Contexto: Juliana foi atingida por uma caminhonete na madrugada de 21 de junho. A polícia foi acionada, inicialmente, em razão de disparos feitos em via pública que teriam sido feitos pelo advogado Keldheky Maia, amigo dela. Ele foi preso e liberado durante a audiência de custódia. A servidora morreu horas depois no Pronto-Socorro de Rio Branco.
A polícia informou que o próprio suspeito informou que o veículo estava escondido na casa de um familiar na zona rural do bairro Vila Acre.
Perícia encontrou arma de uso restrito nas ferragens da caminhonete de Diego Passo
Arquivo/Gefron
“Ele sinalizou um local onde estava o carro, foi conduzido para a delegacia e em seguida foi dada a ordem de fazer uma varredura onde estaria a caminhonete. Fizemos a verificação de que é a caminhonete envolvida no fato [acidente”, confirmou o coordenador do Gefron, coronel Assis dos Santos.
Durante a perícia, os policiais encontraram uma pistola 9 milímetros, que é de uso restrito, nas ferragens da caminhonete. “Será levada para perícia mais aprofundada. O perito já comprovou, existe uma arma nas ferragens na parte da frente da caminhonete”, destacou.
Diego Luiz Passo se entregou na manhã desta terça-feira (15) no posto do Gefron
Fuga durante operação
Diego Passo já havia fugido de uma operação policial para capturá-lo no último sábado (12), quando policiais civis prenderam dois familiares dele por posse ilegal de arma de fogo. Uma prima de Diego e o marido dela foram levados para a Delegacia de Flagrantes (Defla).
Com apoio de um helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), equipes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estiveram em duas propriedades de familiares de Diego na Comunidade Boa Água, zona rural do município do Bujari, interior do Acre, com informações de que ele estava escondido no local.
Três armas sem registros foram encontradas no local. Ao g1, o advogado Felipe Muñoz afirmou que ‘não havia qualquer informação de que ele estaria na casa de familiares’.
“Nossos investigadores obtiveram informações que ele estaria tendo guarita dos familiares, então, representamos junto ao Poder Judiciário tendo em vista a localização dele e, infelizmente, não obtivemos êxito”, explicou o delegado responsável pelo caso, Cristiano Bastos, em entrevista na Delegacia de Flagrantes (Defla), em Rio Branco.
Polícia Civil apreende três armas durante operação para prender Diego Passo
Ainda de acordo com o delegado, moradores teriam informado a Diego que a polícia estava na região e ele fugiu por uma região de mata fechada. Com a fuga, os policiais fizeram buscas e encontraram armas sem registro em uma das propriedades.
A prima do suspeito e o esposo dela, donos da casa onde armas estavam, foram presos em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
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“Conseguimos apreender uma espingarda, uma pistola e um revólver 38. Temos a numeração dessas armas e vamos verificar ainda se são armas roubadas ou não”, contou Cristiano Bastos.
Na sexta (11), a Justiça negou um pedido de prisão domiciliar a Diego Luiz Gois Passo.
Ele teve a prisão temporária decretada no dia seguinte a fatalidade, no último dia 22. O fato do motorista ter fugido foragido, inclusive, foi determinante para que o juiz Alesson Braz indeferisse o pedido da defesa.
Juliana Chaar chegou a ser socorrida e levada ao hospital, mas não resistiu e morreu horas depois
Reprodução
Relembre o caso
A servidora do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) Juliana Chaar Marçal, de 36 anos, morreu após ser atropelada durante uma confusão na casa noturna Dibuteco, na Rua São Sebastião, bairro Isaura Parente, em Rio Branco. O atropelamento ocorreu por volta das 5h48 do dia 21 de junho e ela morreu horas depois no Pronto Socorro da capital.
Diego Luiz Passo dirigia a caminhonete que atingiu Juliana e fugiu do local. A Justiça chegou a decretar a prisão dele, mas ele não se entregou e nem foi encontrado pelos policiais. A defesa do suspeito entrou com um pedido de revogação de prisão no dia 23 de junho.
Câmeras mostram momento em que servidora é atropelada após confusão em bar de Rio Branco
O pedido de prisão, solicitado pela Polícia Civil, foi encaminhado à Justiça após a análise das imagens que mostram o momento em que Juliana é atropelada por uma caminhonete preta durante o tumulto na saída da boate. (Veja vídeo abaixo)
Diego alegou que não viu Juliana, antes de bater com a caminhonete nela. A defesa diz que Diego não tinha a intenção de atropelar a servidora, que tentou retornar para prestar socorro, contudo, ficou com medo da aglomeração e fugiu. A investigação apontou que uma discussão envolvendo várias pessoas antecedeu o atropelamento.
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