
Estudantes com deficiência enfrentam barreiras na UFRJ por falta de acessibilidade
Estudantes com deficiência enfrentam desafios diários na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no campus do Fundão, por falta de acessibilidade. O alojamento universitário não tem rampas, elevador, nem quartos adaptados. Quem mora nos andares mais altos precisa descer vários lances de escada para estudar ou trabalhar — mesmo usando cadeira de rodas.
É o caso de Thiago Rosa Lacerda, aluno de Engenharia Nuclear, que vive no terceiro andar do alojamento estudantil. Para sair de casa, ele precisa descer seis lances de escada.
“Se eu não fizer isso, não vou sair de casa pra estudar, não vou trabalhar. Vou ficar preso. Pelo fato da acessibilidade, eu tenho que arriscar a minha vida pra conseguir viver o mínimo”, desabafa.
A situação de Thiago ficou ainda pior após a cadeira de rodas que ele usava, mais leve e resistente, quebrar devido ao esforço diário nas escadas. Agora, ele depende de uma cadeira mais pesada, o que aumenta o risco nos trajetos.
Obstáculos nas salas de aula
Além das dificuldades no alojamento, os obstáculos estão também nas salas de aula. O estudante já perdeu disciplinas porque algumas turmas funcionam em locais sem acessibilidade. “Já perdi matéria porque tem escada na entrada da sala. A rampa não foi feita e no outro ano não terminou a tempo. Tá lá para terminar ainda. Ou seja, tô esperando a obra terminar para acessar a sala de aula”, relata.
Thiago afirma que já participou de reuniões e fez denúncias na ouvidoria da universidade. No entanto, as respostas recebidas são sempre genéricas e as soluções não chegam.
Em nota, a UFRJ informou que, quando o estudante ingressou na residência estudantil, ele não tinha restrições de mobilidade. A universidade também afirmou que há um projeto em andamento para a construção de quartos acessíveis no térreo, mas não informou quando as obras irão começar.
Thiago desce as escadas sentado na cadeira de rodas, forçando o equipamento degrau por degrau
Reprodução/TV Globo