Jovem é transferido ao fazer 18 anos e desfalca time na final do torneio de futebol do sistema socioeducativo do DF


Campeonato de Futebol para Jovens do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal.
Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
Como em uma expulsão nos minutos finais ou uma lesão na véspera de final de Copa do Mundo, um desfalque de última hora mexeu com o time da Unidade de Internação de Brazlândia – atual bicampeã do Campeonato de Futebol do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal.
⚽ O goleiro do time foi transferido para outra unidade após completar 18 anos. Com isso, vai ficar fora do jogo decisivo, marcado para esta semana (saiba mais abaixo).
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A competição, promovida pela Subsecretaria do Sistema Socioeducativo da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), em parceria com o Jovem de Expressão, vai além dos campos.
A ideia é promover integração, convivência e fortalecimento de vínculos entre adolescentes em cumprimento de medida de internação.
Participam do torneio times formados por jovens de seis unidades masculinas do DF, com treinos e seletivas feitas ao longo do ano.
“A gente vê a importância dessas ações. A partir do momento que eles se veem privados de liberdade, mas participando de algo diferente, isso ajuda muito a atravessar esse período”, diz Fabiano Ribeiro de Souza, especialista socioeducativo de educação física responsável pelo time de Brazlândia.
Jovem foi transferido ao completar 18 anos
Segundo Fabiano Ribeiro, o jovem goleiro ainda jogou a semifinal, mas teve que se despedir da equipe dias antes da decisão. Ele cumpre medida socioeducativa há três anos – o motivo não foi divulgado.
“Nós achávamos que ia dar tempo, mas não teve como. Ele completou 18 anos agora e automaticamente foi transferido, não pode mais jogar” explica Fabiano.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), adolescentes que cumprem medida socioeducativa devem ser acolhidos em unidades específicas até completarem 18 anos.
A partir dessa idade, a legislação determina a transferência obrigatória para uma unidade que ainda pertence ao sistema socioeducativo, mas é destinada aos maiores de idade.
A liberação compulsória só ocorre aos 21 anos. A mudança de unidade quando o jovem atinge a maioridade penal, no entanto, é imediata e não pode ser alvo de recurso.
O jogo tem que continuar… 🦶
Bola aos pés de adolescente.
Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
Sem o titular da posição, a equipe vai disputar a decisão com o goleiro reserva. Para a secretária de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani, o torneio é uma oportunidade de mudança real na vida dos adolescentes.
“Mais do que uma competição, esses jogos representam um caminho de transformação. É a oportunidade de os jovens redescobrirem talentos, aprenderem disciplina e fortalecerem valores como respeito, trabalho em equipe e superação”, afirma.
Cada unidade de internação tem um profissional responsável pelas atividades esportivas, que também organiza os treinos e forma as equipes que participam do campeonato. A diretora Social e Pedagógica da Subsecretaria, Tathyana Lopes, explica que a rotina esportiva é constante nas unidades e a torcida, claro, é presente.
“Durante os jogos, a torcida é feita pelos outros servidores — agentes socioeducativos, psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, profissionais de artes. Os adolescentes que não estão jogando não podem assistir por questão de segurança”, explica.
🏆🏆 Ao final do campeonato, os times vencedores recebem medalhas e troféus. E mesmo com o desfalque do goleiro, o time de Brazlândia segue em busca do tricampeonato.
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