
Ônibus escolar é apedrejado no ABC
Um ônibus escolar também entrou na lista de veículos apedrejados na Grande São Paulo desde o início da onda de ataques, aterrorizando motoristas e passageiros.
O micro-ônibus de transporte escolar com uma janela da parte traseira estilhaçada foi registrado pela TV Globo em São Bernardo do Campo, na manhã desta sexta-feira (18). Não há ainda informações se alguém ficou ferido e sobre o local exato em que o veículo foi depredado.
O número de ataques a ônibus contabilizados na Grande São Paulo já chegou a 796, ocorridos em 27 cidades, desde o dia 1º de junho até quinta-feira (17). Dessas ocorrências, 37 foram registradas na quinta (veja abaixo as principais vias onde coletivos foram atacados).
Ônibus é apedrejado na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini.
Fábio Tito/g1
Um relatório do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) aponta que cerca de 80% dos casos ocorreram nas zonas Sul e Oeste, com predominância da Zona Sul.
Na segunda (14), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, fez uma crítica à Polícia Civil pela demora para descobrir quem está por trás da onda de ataques e a motivação das depredações.
Na quinta, a Polícia Militar deteve três pessoas em um veículo suspeito de participação aos ataques. Segundo a PM, elas prestaram depoimento por cerca de cinco horas, mas foram liberadas. Ainda segundo a polícia, um dos detidos passava ao lado dos ônibus atirando bolinhas de gude.
O que se sabe até o momento sobre os ataques a ônibus em SP
Policiais do Deic revelaram à TV Globo que a principal linha de investigação da polícia em relação aos ataques a ônibus na Grande São Paulo é a disputa entre empresas que atuam no ramo do transporte urbano coletivo.
Como pano de fundo, haveria uma disputa pelo poder dentro do sindicato de trabalhadores da categoria que já dura alguns meses e foi até parar na Justiça. A polícia apura se grupos rivais no sindicato possam ter começado esses ataques para prejudicar empresas concorrentes.
Isso porque as empresas cujos ônibus são atacados sofrem com gastos de manutenção e multas aplicadas pela prefeitura pelo tempo de não circulação dos veículos.
As vias com mais ataques a ônibus em SP até quinta (17), segundo o Deic, são:
Avenida Cupecê: 20
Rodovia Raposo Tavares: 13
Avenida Senador Teotônio Vilela: 12
Avenida Corifeu de Azevedo Marques: 8
Avenida Sapopemba: 8
No total, 506 veículos do sistema municipal foram depredados na capital desde12 de junho. Os ataques, que antes estavam concentrados mais no período da noite, têm acontecido a qualquer hora do dia.
Um dos mais graves foi na Zona Sul, em que uma pedra acertou em cheio o rosto de uma passageira, causando várias fraturas no rosto dela.
No sistema de transporte intermunicipal, foram 290 casos de vandalismo em ônibus desde o início de junho, distribuídos por 27 municípios da Região Metropolitana.
A polícia admite ainda haver um efeito de “contaminação” na depredação dos ônibus — pessoas não ligadas ao setor de transporte urbano coletivo também teriam atacado veículos. Até o momento, oito suspeitos foram detidos.
Em nota, a SPTrans disse pedir para as concessionárias que comuniquem todos os ataques à central de operações e formalizam as ocorrências com as autoridades policiais.
Ataque a ônibus da Rod. Raposo Tavares
Reprodução/Aconteceu em Cotia