
Polícia prende homem suspeito de atacar 16 ônibus em SP
A Polícia Civil prendeu na manhã desta terça-feira (22) um homem suspeito de ter participado de ataques a ônibus na Região Metropolitana de São Paulo nas últimas semanas.
O homem foi preso pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo do Campo, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), após trabalho de inteligência e cruzamento de dados.
Segundo a TV Globo, o homem confessou, em depoimento formal, ter sido responsável por ao menos 16 ataques a ônibus na Grande São Paulo — 15 em São Bernardo e 1 na avenida Jorge João Saad, no Morumbi (Zona Oeste de São Paulo). Neste último, uma criança acabou atingida por estilhaços de vidro e foi levada para uma unidade de saúde.
Na casa do homem detido, a polícia encontrou, segundo as informações oficiais, estilingues, pedras e outros materiais que seriam utilizados em ataques futuros.
As investigações tentam descobrir se ele agia sozinho ou a mando de uma organização.
Ônibus são vandalizados na capital paulista, segundo a SPTrans
Reprodução
O que se sabe até o momento sobre os ataques a ônibus em SP
A Grande São Paulo contabiliza 813 ataques a ônibus, ocorridos em 27 cidades, desde 1º de junho até esta segunda (21). Dessas ocorrências, 15 foram registradas na quinta (veja abaixo principais vias onde coletivos foram atacados).
Um relatório do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) aponta que cerca de 80% dos casos ocorreram nas zonas Sul e Oeste, com predominância da Zona Sul.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), fez uma crítica à Polícia Civil pela demora para descobrir quem está por trás da onda de ataques a ônibus na cidade e a motivação das depredações.
Em 17 de julho, a Polícia Militar deteve três pessoas em um veículo suspeito de participação aos ataques. Segundo a PM, elas prestaram depoimento por cerca de cinco horas, mas foram liberadas. Ainda segundo a polícia, um dos detidos passava ao lado dos ônibus atirando bolinhas de gude.
Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) revelaram à TV Globo no dia 16 que, agora, a principal linha de investigação da polícia em relação aos ataques a ônibus na Grande São Paulo é a disputa entre empresas que atuam no ramo do transporte urbano coletivo.
Como pano de fundo, haveria uma disputa pelo poder dentro do sindicato de trabalhadores da categoria que já dura alguns meses e foi até parar na Justiça. A polícia apura se grupos rivais no sindicato possam ter começado esses ataques para prejudicar empresas concorrentes.
A hipótese de que os ataques tenham relação com uma disputa interna de poder ganha força em relação a duas outras linhas de investigação que também vêm sendo consideradas — ligação com o PCC e desafios de internet.
Isso porque as empresas cujos ônibus são atacados sofrem com gastos de manutenção e multas aplicadas pela prefeitura pelo tempo de não circulação dos veículos.
A polícia admite ainda haver um efeito de “contaminação” na depredação dos ônibus — pessoas não ligadas ao setor de transporte urbano coletivo também teriam atacado veículos.
Ataques a ônibus em SP: disputa entre empresas é a principal suspeita da polícia
Um dos ataques mais graves foi na Zona Sul, em que uma pedra acertou em cheio o rosto de uma passageira, causando várias fraturas no rosto dela.
Ataque a ônibus da Rod. Raposo Tavares
Reprodução/Aconteceu em Cotia
Ataque a ônibus em Cotia
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Passageira ficou ferida após ataque com pedra a ônibus em São Paulo. Suspeito foi preso
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SP tem quase 800 ataques a ônibus