Tentativas de feminicídio sobem 60% em 3 anos em SC e média é de 4 vítimas por semana


Em média, quatro mulheres foram vítimas por semana em 2025
Santa Catarina registrou uma média de quatro vítimas de tentativa de feminicídio por semana entre janeiro e junho de 2025, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). Foram 87 casos até 13 de junho.
O número de tentativas de homicídio tem crescido no estado. Entre 2020 e 2023, o aumento foi de 60% (veja no gráfico abaixo).
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Do total de tentativas de feminicídio que ocorreram entre janeiro e 13 de junho deste ano, 53% foram em fins de semana ou feriados.
“A gente tem visto que muitos desses crimes ocorrem quando as pessoas ingerem bebida alcoólica e têm momentos de discussão. Muito relacionado a esses momentos em que os casais estão juntos e que ocorre esse momento da explosão da tensão”, declarou a coordenadora das Delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso, Patrícia Zimmermann.
Flagrantes dessas tentativas de assassinato não faltam. No início do mês, uma mulher andava de bicicleta quando foi atropelada pelo ex-namorado em Três Barras, no norte do estado. Ele foi preso no Paraná e já foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina.
Meses antes, outra mulher teve o rosto desfigurado e precisou se fingir de morta para escapar das agressões em Blumenau, no Vale do Itajaí. O agressor também foi denunciado.
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Medidas protetivas
Um dos mecanismos para proteger a vítima são as medidas protetivas. De janeiro a junho, foram 15.908 pedidos, segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). No ano passado, 30.234 solicitações.
O juiz-corregedor do TJSC Raphael Barbosa explicou as situações em que a vítima pode fazer o pedido.
“As medidas protetivas devem ser solicitadas pela mulher sempre que ela se encontrar diante de uma situação de violência. E é bom frisar que essa violência não precisa ser apenas a violência física. Ela pode ser uma violência psicológica, ela pode ser uma violência patrimonial”.
As sobreviventes da violência também podem buscar ajuda em abrigos e grupos de apoio, segundo ele.
“Ela pode procurar os grupos reflexivos, que são programas instituídos pela Cevid, que é a Coordenadoria da Violência Doméstica aqui do Tribunal de Justiça, para receber um acompanhamento psicológico, um acompanhamento psiquiátrico”.
A promotora de Justiça Chimelly Louise Marcon, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, em razão do gênero (Neavid) do MPSC, orientou o que a vítima pode fazer se percebe uma escalada das agressões.
“Havendo risco de vida, nós sempre recomendamos que toda a mulher busque um local de segurança. Se não houver uma rede de apoio familiar ou de amigos próxima, que busque na sua comarca identificar qual o local que hoje compreende o abrigo para o acolhimento emergencial”.
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Reprodução
Como pedir ajuda em SC
WhatsApp da Polícia Civil: (48) 98844-0011.
Delegacia virtual: delegaciavirtual.sc.gov.br.
Disque 100 ou através do número 182.
Polícia Militar: 190.
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