VÍDEO: criança que pesca com as mãos e anda descalça vira símbolo de infância ‘raiz’ no ES


Menino de Vila Velha pesca com as mãos e vira sensação
Enquanto muitas crianças passam o tempo em frente às telas, Kaíque Turra, de 9 anos, prefere as aventuras ao ar livre. Criado em Vila Velha, no Espírito Santo, ele ganhou fama no bairro onde mora, em Itapuã, por andar descalço para todo lado e até pescar com as próprias mãos, e virou símbolo da “infância raiz”.
“Celular eu tenho, mas não uso muito. Gosto mesmo é de brincar”, contou o menino.
Um vídeo gravado pela avó flagrou o momento em que Kaíque sai da água carregando um peixe que ele mesmo capturou com as mãos. A cena surpreendeu quem estava por perto e rendeu aplausos. Ele repete o feito sempre que a maré permite. E o que acontece depois da captura?
“Depende. Se pega pouco, eu devolvo. Mas se for muito, levo para casa”, disse.
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Criança que pesca com as mãos e anda descalço vira símbolo de infância ‘raiz’ em Vila Velha, Espírito Santo.
Reprodução
Menino ‘raiz’ da praia de Itapuã
No bairro, o garoto é conhecido como “Kurumim”, palavra de origem tupi que significa “criança”. O apelido veio do hábito de estar sempre na rua, no mato ou na praia, com os pés na areia e o cabelo salgado de tanto mergulhar.
A conexão com o mar é tão intensa que Kaíque nem se lembra de quando começou a se divertir nas águas. Kaíque conhece o ritmo das marés, o cheiro do sal, a textura da areia e os tipos de peixes que costumam aparecer por ali.
A pesca manual surgiu inspirada em outros meninos que o garoto tinha visto tentando, e resolveu fazer também.
“Eu tentei e consegui. Primeiro, eu ia lá na Praia da Costa, que tem aquelas fendas na pedra. Algumas vezes, pegava com a mão os peixes que ficavam presos”, relembrou.
Mãe é parceira de aventuras
Criança que pesca com as mãos e anda descalço vira símbolo de infância ‘raiz’ em Vila Velha, Espírito Santo.
Fernando Madeira/A Gazeta
A liberdade de Kaíque para explorar a natureza tem um motivo: o incentivo da mãe, Marcela Brandão, de 38 anos. Tatuadora, praieira e também aventureira, ela disse que nunca gostou da ideia de ver o filho preso a uma tela.
“Na verdade, acho que forcei a não usar (celular), porque nunca concordei com criança com a cara enfiada no aparelho”, afirmou.
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Foi com ela, inclusive, que o filho aprendeu a pegar lagartixas. Mas, o jovem garante que captura os animais e depois os solta.
Juntos, os dois exploram trilhas, vão a praias como Barra do Jucu, Praia da Sereia e Setiba, e escalam o Morro do Moreno, um dos principais pontos turísticos da cidade.
“A gente fecha junto na praia. Eu acho bacana e levo os amigos dele também”, contou Marcela.
A relação de cumplicidade entre os dois é tão forte que Marcela eternizou o amor em forma de tatuagem, com uma homenagem ao filho na pele.
Criança que pesca com as mãos e anda descalço vira símbolo de infância ‘raiz’ em Vila Velha, Espírito Santo.
Fernando Madeira/A Gazeta
Autonomia e criatividade
Em um tempo em que muitas crianças têm contato limitado com a rua por causa da tecnologia e também por questões de segurança, a mãe acredita que o estilo de vida desenvolveu a criatividade e autonomia do filho.
“Quando a criança não fica muito em tela, ela acaba se forçando mais. Daí fica criativo, caçando coisa para fazer”, refletiu Marcela.
Além da pesca e das trilhas, Kaíque é quem resolve situações inusitadas em casa. “Quando aparece bicho, eu peço para ele pegar”, brincou a mãe.
Para o menino, nada supera as aventuras em família. E ele deixa claro quem é sua companheira favorita de todas.
“Tenho vários amigos que vão comigo, mas minha mãe é minha parceira favorita de ir à praia”, declarou Kaíque.
*Com informações do repórter Bruno Nézio.
Criança que pesca com as mãos e anda descalço vira símbolo de infância ‘raiz’ em Vila Velha, Espírito Santo.
Fernando Madeira/A Gazeta
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