Lula divulga nota dura, mas sem ataques diretos a Trump para evitar nova crise e manter espaço aberto para negociações

Em reunião com sua equipe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu divulgar uma nota dura, criticando a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, mas sem ataques diretos ao presidente dos Estados Unidos.
A avaliação era que a resposta era necessária, mas o governo deveria evitar provocar uma nova crise dentro da crise depois que Trump deu uma aliviada no tarifaço e o governo vai ter de continuar negociando.
Segundo ministros, Lula estava muito indignado, mas sereno o suficiente para não responder Donald Trump oficialmente com o fígado.
Ministro Alexandre de Moraes é sancionado com Lei Magnitsky pelos EUA
Entre ministros que participaram da reunião, a orientação geral era realmente de não provocar mais o presidente dos Estados Unidos, dando respostas fortes, mas de forma institucional, tal como fez também o Supremo Tribunal Federal ao divulgar sua nota defendendo o ministro Alexandre de Moraes.
Nos bastidores, a avaliação da equipe de Lula é que Trump realmente está se sentindo um imperador, um dono do mundo, que pode aplicar punições aos países que não seguem seus desejos. Mas que é preciso não cair nas provocações do presidente americano, porque ele deixou claro em sua nota que pode adotar novas medidas contra o Brasil.
Em sua ordem executiva oficializando o tarifaço de 50% contra produtos brasileiros, Donald Trump fez ameaças diretas ao Brasil caso o país aumente tarifas contra produtos americanos e tome medidas contra as sanções adotadas em relação ao ministro Alexandre de Moraes. O tom ameaçador foi visto pela equipe de Lula como algo no estilo imperial, mas isso não irá amedrontar o Brasil.
Nesta quinta-feira (31), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que estava na reunião de ontem com o presidente Lula, fez questão de afirmar que o momento é de não escalar a crise, mas de manter as portas abertas para que as negociações continuem. Ele lembrou que há ainda setores importantes que ficaram dentro do tarifaço, como café e carnes, e que o objetivo do governo é tentar reverter essa situação.
– Esta reportagem está em atualização
Adicionar aos favoritos o Link permanente.