Sete pessoas são presas durante operação em MT e SE por extorsão contra comerciantes


Ao todo, foram cumpridas 28 ordens judiciais durante a operação
Polícia Civil de Mato Grosso
Sete pessoas foram presas suspeitas de integrarem uma facção criminosa que praticava crimes de extorsão contra comerciantes em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, nesta quinta-feira (31). Os mandados foram deflagrados durante a Operação Vultus Legis, da Polícia Civil, que também cumpriu ordens judiciais em Cuiabá e Itabaiana (SE)
Ao todo, foram cumpridas 28 ordens judiciais, sendo os sete de prisão preventiva, 10 de busca e apreensão, 11 de quebra de sigilo telemático, além do sequestro de contas bancárias e indisponibilidade de valores no montante de R$ 86 mil. Os mandados foram expedidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp
As investigações foram realizadas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) em conjunto com a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e começaram em janeiro deste ano, após denúncias anônimas apontarem que comerciantes estavam sendo alvo de extorsões e ameaçados de morte pelos faccionados.
Durante a apuração, a Polícia Civil identificou um esquema estruturado, com a participação de líderes da facção que já estão presos, representantes da organização em Rondonópolis e intermediários que recebiam os valores extorquidos.
A polícia informou que dois dos principais articuladores do grupo já estavam presos preventivamente. Eles foram alvos da operação “A César o que é de César”, cumprida em fevereiro deste ano, que investigou crimes semelhantes cometidos contra comerciantes dos camelôs de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
Segundo o delegado Antenor Pimentel Marcondes, responsável pelo inquérito, o esquema de extorsão atingiu diferentes setores do comércio, a prática criminosa e se estendeu para outras cidades de Mato Grosso. O modelo de atuação teria começado em Várzea Grande e, com o apoio de lideranças locais, se expandido para Rondonópolis, com o objetivo de arrecadar recursos para a facção.
As investigações apontaram que, mesmo preso, o mentor do esquema utilizava perfis falsos em um aplicativo de mensagens e se apresentava como integrante da facção e responsável pelo “setor de contrabando, descaminho e sonegação”.
Por meio de chamadas de vídeo individuais ou em grupo, ele exigia de comerciantes de setores como celulares, tabacarias e distribuidoras o pagamento de uma “taxa sobre faturamento”. O valor era calculado com base em notas fiscais de compra, venda ou inventários dos estabelecimentos, sob a justificativa de um novo “projeto” da facção.
Os pagamentos eram feitos via pix para contas de terceiros ou entregues pessoalmente em dinheiro. Nos últimos meses, segundo a polícia, houve preferência pelo pagamento em espécie para dificultar o rastreamento bancário. Com isso, aumentaram também os relatos de coação psicológica e física contra as vítimas.
O grupo contava com a atuação de faccionados locais organizados por bairros, incluindo menores de idade, que eram responsáveis por intimidar comerciantes e recolher os valores pessoalmente.
Relatos coletados durante as investigações indicam que a pressão exercida pelos criminosos causou danos profundos à saúde emocional das vítimas. Alguns comerciantes precisaram fechar os próprios negócios, enquanto outros apresentaram problemas de saúde, como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
O cumprimento dos mandados contou com o apoio das delegacias da Regional de Rondonópolis, do Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Rondonópolis, e da Polícia Civil de Aracaju, por meio do Centro de Operações Especiais (COPE), que atuou na cidade de Itabaiana (SE).
Na operação, sete pessoas foram presas
Polícia Civil de Mato Grosso
Adicionar aos favoritos o Link permanente.