
Gaza
Reprodução/TV Globo
Israel vai permitir a entrada gradual e controlada de mercadorias em Gaza por meio de comerciantes locais. A informação foi divulgada nesta terça-feira (5) por meio da Cogat — agência militar israelense que coordena a ajuda humanitária.
“O objetivo é aumentar o volume de ajuda que entra na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo em que se reduz a dependência da coleta de assistência por parte da ONU e de organizações internacionais”, declarou a agência.
Autoridades palestinas e da ONU afirmam que Gaza precisa da entrada de cerca de 600 caminhões de ajuda por dia para atender às necessidades humanitárias — número que Israel permitia antes da guerra.
No último domingo (3), o grupo terrorista Hamas afirmou estar disposto a coordenar com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha a entrega de ajuda a reféns que mantém em Gaza, caso Israel atenda a certas condições. A informação é da agência de notícias Reuters.
A declaração foi feita após a divulgação de um vídeo que mostrava um refém israelense extremamente desnutrido, o que gerou fortes críticas por parte de potências ocidentais. (Veja abaixo).
‘Cavando minha própria cova’ em túnel de Gaza – refém israelense é visto em novo vídeo
Segundo autoridades israelenses, 50 reféns ainda permanecem em Gaza, dos quais apenas 20 são considerados vivos. O Hamas, até o momento, impediu organizações humanitárias de terem qualquer tipo de acesso aos reféns, e os familiares têm poucas ou nenhuma informação sobre suas condições.
Em busca de um cessar-fogo
As negociações indiretas entre Hamas e Israel, visando garantir um cessar-fogo de 60 dias na guerra de Gaza e um acordo para a libertação de metade dos reféns, terminaram em impasse na semana passada.
No sábado (2), o enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o Oriente Médio, Steve Witkoff, disse às famílias dos reféns mantidos pelo grupo terrorista que estava trabalhando com o governo israelense em um plano que efetivamente encerraria a guerra em Gaza.
Trump fez do fim do conflito uma das principais prioridades de seu governo, embora as negociações tenham fracassado. Steve Witkoff está visitando Israel enquanto seu governo enfrenta crescente pressão devido à deterioração das condições humanitárias no enclave.
Em uma gravação da reunião, vista pela Reuters, Witkoff é ouvido dizendo: “Temos um plano muito, muito bom no qual estamos trabalhando coletivamente com o governo israelense, com o primeiro-ministro Netanyahu… para a reconstrução de Gaza. Isso significa efetivamente o fim da guerra.”
A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre seus comentários.
Witkoff também disse que o Hamas estava preparado para se desarmar para acabar com a guerra, embora o grupo tenha dito repetidamente que não iria depor suas armas.
Em resposta, o Hamas , que domina Gaza desde 2007, mas foi militarmente derrotado por Israel na guerra, disse que não abandonaria a “resistência armada” a menos que um “estado palestino independente e totalmente soberano, com Jerusalém como sua capital” fosse estabelecido.
Fome em Gaza
A crise humanitária em Gaza tem preocupado o resto do mundo. Neste domingo, pelo menos mais seis pessoas morreram de fome na região, segundo uma autoridade israelense.
Na última terça-feira, o Catar e o Egito, que estão mediando os esforços de cessar-fogo, endossaram uma declaração da França e da Arábia Saudita delineando medidas para uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino.
Israel culpa o Hamas pelo sofrimento em Gaza e diz que está tomando medidas para que mais ajuda chegue à sua população, incluindo a interrupção dos combates por parte do dia em algumas áreas, lançamentos aéreos e o anúncio de rotas protegidas para comboios de ajuda.
As agências da ONU disseram que os lançamentos aéreos de alimentos são insuficientes e que Israel deve permitir a entrada de muito mais ajuda por terra e facilitar rapidamente o acesso a ela.
A guerra em Gaza começou quando o Hamas matou mais de 1.200 pessoas e fez 251 reféns em um ataque ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, segundo dados israelenses. Desde então, a ofensiva israelense matou mais de 60.000 palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza.
De acordo com autoridades israelenses, 50 reféns permanecem em Gaza, dos quais acredita-se que apenas 20 estejam vivos.
Neste domingo (3), o braço armado do Hamas afirmou que está pronto para entregar ajuda da Cruz Vermelha aos reféns mantidos em Gaza se Israel abrir corredores humanitários permanentemente e interromper “todas as formas de tráfego aéreo” durante a entrega de pacotes aos reféns.
*Com informações da agência de notícias Reuters