
Foto de arquivo de 04/01/2019 de Carlos Bolsonaro em Brasília. A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta segunda-feira, 29 de janeiro de 2023, novas diligências no bojo da investigação sobre suposta espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Jair Bolsonaro. Segundo o blog da jornalista Andrea Sadi, no G1, um dos alvos da apuração é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A informação foi confirmada pelo Estadão. De acordo com a Globonews, o filho “02” do ex- presidente teria recebido informações da suposta “Abin paralela”
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
O vereador Carlos Bolsonaro (PL) deu entrada no Hospital Unimed Rio, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, na noite desta segunda-feira (4). O g1 apurou que Carlos passou mal ao desembarcar no Rio.
O vereador é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve a prisão domiciliar decretada nesta segunda.
Ao g1, o advogado Antonio Carlos Alonso, que representa o vereador, afirmou que Carlos “certamente passou mal ao tomar conhecimento da prisão do pai”.
A prisão de Jair
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), proibiu visitas e mandou apreender celulares na casa do ex-presidente. A Polícia Federal fez buscas no local e recolheu um aparelho.
Na decisão, Moraes afirma que Bolsonaro utilizou redes sociais de aliados – incluindo seus três filhos parlamentares – para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.
Uma dessas postagens ocorreu no domingo (3) na conta de outro filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro, para repercutir atos a favor de Bolsonaro em cidades do país.
“O flagrante desrespeito às medidas cautelares foi tão óbvio que, repita-se, o próprio filho do réu, o senador Flávio Nantes Bolsonaro, decidiu remover a postagem realizada em seu perfil, na rede social Instagram, com a finalidade de omitir a transgressão legal”, escreveu Moraes.
A defesa de Bolsonaro contesta e diz que ele obedeceu todas as determinações do ministro.
“A defesa foi surpreendida com a decretação de prisão domiciliar, tendo em vista que o ex-presidente Jair Bolsonaro não descumpriu qualquer medida”, escreveram os advogados (veja íntegra mais abaixo).
Para o ministro, a atuação do ex-presidente, mesmo sem o uso direto de seus perfis, burlou de forma deliberada a restrição imposta anteriormente.
Moraes tinha determinado medidas cautelares a Bolsonaro no dia 18 de julho, por indícios de que o ex-presidente estava obstruindo o processo no qual é réu por tentativa de golpe de Estado.