
Aluna é torturada por colegas em escola de MT
A Justiça determinou a internação das adolescentes que torturaram uma colega de 12 anos dentro da Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia, a 415 km de Cuiabá. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (6), após a conclusão do inquérito da Polícia Civil.
Segundo a polícia, as agressoras têm entre 11 e 14 anos e mantinham um grupo na escola “inspirado em facções criminosas”, segundo o delegado Marcos Paulo Batista de Oliveira, responsável pelo caso.
A investigação ouviu cerca de dez pessoas, incluindo as adolescentes envolvidas, os pais, a direção da escola e a vítima. Em depoimento, as menores confessaram as agressões e relataram que outras quatro alunas já haviam sido agredidas pelo mesmo grupo, também como forma de punição.
Com base nas provas colhidas, a Polícia Civil concluiu o inquérito e encaminhou ao Ministério Público, sugerindo a internação das adolescentes pelos atos infracionais análogos aos crimes de tortura e integração de organização criminosa, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Com a conclusão, a 1ª Vara de Alto Araguaia acatou o pedido e expediu mandados de busca e apreensão para cumprimento da medida socioeducativa de internação das envolvidas.
Investigação
Durante os depoimentos, as suspeitas confessaram ter agredido outras quatro colegas em situações semelhantes. Os celulares das adolescentes foram apreendidos e os vídeos das agressões foram localizados pela polícia.
A investigação também revelou que algumas das alunas envolvidas têm histórico familiar ligado a facções criminosas, o que pode ter influenciado a criação do grupo dentro da escola. Uma das adolescentes já havia sido conduzida à delegacia por estar em companhia de membros de uma facção, um deles portando drogas.
A Polícia Civil informou que irá recomendar ao Ministério Público a internação das adolescentes envolvidas.
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) informou que está investigando o caso e que equipes da gestão da escola e da Diretoria Regional de Educação foram mobilizadas para prestar apoio psicológico à vítima, aos envolvidos e às famílias do estudantes. O estado de saúde da vítima não foi divulgado.
A pasta também destacou que pretende aplicar “punições exemplares dentro do que permite a legislação”, mas não especificou quais medidas foram tomadas contra as alunas envolvidas.
Escola Estadual Carlos Hugueney, onde o caso aconteceu.
Reprodução
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