
Criança é internada com queimaduras graves após explosão em churrasqueira que matou homem
As roupas de Bruno Demetrio Chaves, que morreu após ter 70% do corpo queimado durante a explosão de uma churrasqueira, ficaram completamente destruídas. Imagens mostram pedaços de tecidos queimados no chão do banheiro, para onde o homem correu ao tentar apagar as chamas. A esposa dele, Patryane Oliveira, contou o que aconteceu no dia do acidente e falou sobre o perigo de manusear álcool e fogo.
“Eu faço um apelo para as pessoas tomarem cuidado com isso porque é uma prática que não deve ser feita, entendeu? Parece que é comum, que muita gente faz, que não tem nada a ver, mas é muito perigoso, muito perigoso mesmo. Hoje eu estou aqui com meus dois filhos para criar e sem o meu marido. É difícil a situação. E ver o quanto ele sofreu com isso e o quanto a família está sofrendo por esse acidente. Acho que ele não percebeu. Ninguém esperava isso, né?”, contou.
A explosão aconteceu durante uma comemoração no dia 24 de julho, no setor Santa Bárbara, em Palmas. O menino Eduardo Pereira Barros, de 5 anos, que era vizinho de Bruno Demétrio, também teve parte do corpo queimado. Ele foi internado com queimaduras e recebeu alta nesta quarta-feira (6), mas ainda deverá passar por consulta com um cirurgião plástico.
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Segundo a esposa, Bruno tinha chegado em casa e ido até uma distribuidora para comprar cerveja. Lá ele encontrou o amigo, que estava fazendo aniversário, e o chamou para fazer um churrasco.
“Aí ele [Bruno] falou [para o amigo] ‘não, você não vai ficar sozinho não, vamos lá para casa e eu vou fazer uma carne para você, para não passar em branco’. Aí ele me avisou, que ia fazer uma carne para o amigo. Voltaram e começaram a mexer com as coisas, preparando a carne”, disse Patryane.
Bruno Demetrio Chaves morreu após ter 70% do corpo queimado em explosão de churrasqueira
Patryane Oliveira/Arquivo pessoal
Durante o churrasco, um dos filhos de Patryane estavam brincando com o vizinho, Eduardo Pereira Barros. Ela conta que saiu para pegar o arroz dentro da casa e ouviu o barulho.
“De repente meu filho entrou e falou assim: ‘Mãe, o Eduardo se queimou’. Então eu saí correndo para socorrer a criança, que mora em frente à minha casa. Entrei na casa dele para socorrer. Não estava sabendo de nada, mas preocupada com a criança, não estava entendendo o que estava acontecendo. Achei que ele tinha esbarrado, porque o que ele [o marido] estava fazendo era um fogareiro no disco de arado e usando uma latinha com álcool dentro”, contou a mulher.
Quando os familiares da criança chegaram para levá-la ao hospital, Patryane voltou para casa e viu o marido na porta com parte do corpo queimado.
“Ele relutou para ir ao médico, não queria ir e não contava o que tinha acontecido. Mesmo assim, consegui levar. Ele chegou no hospital bem machucado, já foi intubado e sedado. Logo em seguida fizeram os curativos e falaram: olha, ele está em um estado muito grave, com dificuldades respiratórias e precisa ir para o Hospital Geral de Palmas”.
Segundo os Bombeiros, a equipe encontrou o homem deitado em uma cama, com dores fortes pelo corpo. A vítima sofreu queimaduras de 3º grau na região dos braços, pernas, abdômen, costas e rosto. Ele foi levado consciente para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na segunda-feira (28), conforme a Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Bruno Demetrio Chaves morreu após ter 70% do corpo queimado em explosão de churrasqueira
Patryane Oliveira/Arquivo pessoal
Segundo a esposa, a saúde do marido foi complicando com o passar dos dias enquanto ele estava internado no HGP. Ela explicou que Bruno teve o pulmão e as vias aéreas comprometidas e o rim parou de funcionar. “No dia 27, à noite, depois que eu saí [do hospital], ele teve uma parada cardíaca e pela manhã teve outra. E naquela tarde [do dia 28], ele teve mais uma, que foi a que ele não resistiu”.
Possível causa do acidente
Patryane contou que o amigo de Bruno explicou o que teria provocado o acidente. Segundo o relato, o marido teria colocado um pouco de álcool na tampa do galão, mas teria deixado o vasilhame aberto. Bruno jogou o álcool de longe, mesmo assim ocorreu uma grande combustão e o fogo pegou nele.
Imagens do circuito interno de uma das casas registraram a explosão e o momento em que o menino Eduardo saiu correndo com a cabeça e parte do corpo em chamas. Nesse momento, Fernando Augusto Dias, gerente de um posto de combustível, aparece tirando a camisa para abafar o fogo no corpo da criança.
“Tirei minha camisa e consegui abafar o fogo, né? Porque como a gente trabalha com posto de combustível, a gente tem um treinamento que o fogo assim tem que abafar. Aí a coisa que eu tinha era a minha camisa”, contou Fernando.
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Menino recebeu alta
Eduardo Pereira Barros teve 10% do corpo queimado e ficou internado na ala infantil do Hospital Geral de Palmas (HGP). Ele recebeu alta nesta quarta-feira (6). A previsão é que o menino retorne ao médico para passar por uma consulta com o cirurgião plástico no dia 13 de agosto, segundo a família.
Eduardo Pereira Barros está internado no Hospital Geral de Palmas
Arquivo pessoal/Bruno Vale
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