Após protesto de assistentes sociais, Nunes promete reajustar valor de repasse para organizações


Assistentes sociais cobram reajustes salariais.
Profissionais conveniados da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social fizeram um protesto em frente à Prefeitura de São Paulo, nesta quinta-feira (7), cobrando valores não pagos e o reajuste no repasse às entidades de assistência social que têm convênio com o município.
De camisetas pretas, os assistentes sociais saíram do Largo São Bento, no Centro, e caminharam em direção à prefeitura.
Eles também cobravam o pagamento do dissidio – reajuste salarial baseado na inflação –relativo ao ano passado.
Representantes dos trabalhadores foram atendidos na Câmara Municipal por vereadores da frente parlamentar ligada à assistência social.
Ao tomar conhecimento da manifestação, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) prometeu que vai anunciar na próxima segunda-feira (11) o valor do reajuste no repasse às organizações sociais que prestam serviço para a secretaria.
Segundo Nunes, o valor vai girar entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões.
“Temos um diálogo contínuo com as entidades”, disse o prefeito. “Nós temos mais de 300 entidades conveniadas com a assistência social. Estamos no processo de negociação e adequação para fazer o repasse dos valores que damos a essas entidades.”
Trabalhadores reclamam de falta de reajustes salariais.
Reprodução/TV Globo
O Fórum de Assistência Social, que representa parte dessas organizações, afirma que vários serviços já foram interrompidos por conta de defasagem na tabela de pagamentos, além de a prefeitura atrasar os repasses. A administração municipal nega atraso nos pagamentos.
Nós temos uma defasagem financeira de dois anos por falta de atualização no repasse”, afirma Regina Paixão, representante do fórum.
“As Organizações da Sociedade Civil estão tendo que arcar com esse ônus, seja pagando o salário dos trabalhadores com esse reajuste, seja com o risco de ser processadas na Justiça Trabalhista”, afirma Cristhian Nunes, técnico psicólogo do Serviço de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto.
“Em meio a isso, algumas OSC’s estão desistindo de executar os serviços, o que faz com que dezenas de pessoas fiquem desempregadas e interrompam os atendimentos a essa parcela da população que necessita da assistência social.”
Reclamações anteriores
Neste ano, já houve outras reclamações semelhantes. Em fevereiro, numa sessão da Câmara, a secretária de Assistência Social, Eliana Gomes, reconheceu que havia pagamentos em atraso e prometeu uma solução em 60 dias. Disse ainda que iria revisar os contratos para que eles previssem reajustes anuais para acompanhar a inflação.
Em março, ex-funcionários terceirizados do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) reclamavam que, embora tivessem recebido os salários atrasados quando foram demitidos, a rescisão ainda não havia sido paga.
Em dezembro do ano passado, funcionários do CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais) cruzaram os braços por falta de salários. À época, a prefeitura afirmou que tinha pagado a fundação responsável.
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