Desmatamento da Amazônia volta a crescer após quatro quedas seguidas


Desmatamento volta a crescer na Amazônia após quatro anos de queda
Depois de quatro quedas seguidas, o desmatamento na Amazônia voltou a subir.
Uma floresta mais seca fica mais vulnerável ao fogo. Esse é o principal motivo apresentado pelo governo para o aumento da degradação da Amazônia nos últimos 12 meses.
De agosto de 2024 a julho de 2025, os alertas de desmatamento no bioma atingiram mais de 4 mil quilômetros quadrados, uma área equivalente a quase três vezes o tamanho da cidade de São Paulo. O número representa um aumento de 4% em relação ao período anterior. Ainda assim, é o segundo menor índice da série histórica que começou em 2016.
“Dizer que é 4% em relação ao ano passado, que é uma queda de mais de 45% em relação aos anos anteriores. Então, nós estamos comparando um ano com um ano cujo desmatamento já foi baixo. Então, foi um pequeno repique de 4%, agravado pelos incêndios do ano passado que também foram uma novidade”, afirma André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA.
Já no Cerrado houve queda de 21% nos alertas nos últimos12 meses. A área desmatada caiu de 7 mil para 5,5 mil quilômetros quadrados.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) tem dois sistemas para monitorar o desmatamento nos principais biomas do país. O Deter, que é uma detecção de desmate em tempo real divulgada diariamente, e sistema o Prodes, capaz de detalhar melhor o desmatamento. Os dados são divulgados uma vez por ano.
O Prodes utiliza imagens de satélites com uma resolução mais precisa, de 10 a 30 metros. E o Deter, de 10 e 60 metros. Mas processamento mais rápido de imagens serve de guia para fiscais no combate ao desmatamento com mais agilidade. O que o Deter registra de agosto de um ano até julho do ano seguinte costuma ser uma prévia do que o sistema Prodes conclui com mais detalhamento.
“O Prodes ele quantifica o total de área que foi perdida de vegetação nativa, ou seja, quanto que foi desmatado. O Deter vai dizer onde estão acontecendo hoje as principais atividades de desmatamento, para fiscalização”, explica Silvana Amaral, pesquisadora do Inpe.
Para o Observatório do Clima, que reúne 133 organizações ambientalistas, a fiscalização é essencial, já que quem lucra com o desmatamento está mudando de perfil e usando o fogo como grande aliado.
“Você precisa agora atuar contra os incêndios florestais. Isso o governo já percebeu, já está correndo atrás disso. É muito mais difícil você pegar um incendiário do que pegar um desmatador. Então, isso vai exigir um novo salto de inteligência dos órgãos ambientais”, diz Cláudio Ângelo, coordenador de Política Internacional do Observatório do Clima.
Desmatamento volta a crescer na Amazônia após quatro anos de queda
Reprodução/TV Globo
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