Desafio de apoiadores de Bolsonaro à autoridade de Hugo Motta pode aproximá-lo mais do governo Lula

Ao desafiar e tentar enfraquecer o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a oposição pode ter feito um movimento que vai aproximá-lo mais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A avaliação é de interlocutores de Hugo Motta, que está profundamente irritado com as cenas de truculência patrocinadas pelos apoiadores de Bolsonaro na Câmara.
Não por outro motivo os líderes da oposição passaram esta quinta-feira (7) fazendo acenos para o presidente da Câmara dos Deputados para tentar garantir a aprovação das pautas de seus interesses pessoais, como o fim do foro privilegiado e o projeto da anistia aos golpistas de 8 de janeiro.
Motta diz que estuda punições para motim
Hugo Motta não desistiu de adotar medidas de punição contra alguns dos responsáveis pela ocupação da mesa da Câmara dos Deputados. Pediu para sua assessoria avaliar os registros de imagens do plenário durante o período do levante contra a sua autoridade e pode aplicar pelo menos advertências a esses parlamentares.
No caso da primeira pauta, fim do foro privilegiado, bolsonaristas não devem ter dificuldades, porque é de interesse também do Centrão e de partidos governistas. E já tem uma PEC pronta para votação em segundo turno.
Em relação ao projeto da anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023, eles vão enfrentar dificuldades e não devem aprovar a proposta diante de resistências da forma como defendem. Uma proposta alternativa, já defendida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, seria aprovar uma redução de pena dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro que não têm conexão com a cúpula que discutiu o golpe no país.
Aliados de Hugo Motta estavam ontem irritados com os bolsonaristas, porque eles fizeram questão de divulgar nos bastidores que buscaram apoio de Arthur Lira para solucionar a crise da ocupação da mesa da Câmara dos Deputados. Motta passou o dia de ontem dizendo que não fez acordo nenhum.
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, chegou a pedir perdão ao presidente da Câmara. Agora, as votações serão o teste do equilíbrio de forças dentro da Câmara e do Senado. Os bolsonaristas podem ter empurrado Hugo Motta mais para o lado do Palácio do Planalto como resultado do levante na Câmara. A conferir o que vai acontecer na próxima semana.
– Esta reportagem está em atualização
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