
Mesmo com tarifaço, café e celulose do Brasil podem se manter competitivos nos EUA
Reprodução/TV Globo
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) se reuniu nesta sexta-feira (8), em Belo Horizonte, com empresários de diversos setores para discutir alternativas de apoio às empresas afetadas pelo aumento de tarifas de importação — conhecido como “tarifaço”.
A entidade avalia que os efeitos da medida não devem ser resolvidos a curto prazo e apresentou propostas em negociação com os governos estadual e federal para mitigar os prejuízos, especialmente para exportadores.
Durante o encontro, a FIEMG detalhou ações que estão sendo articuladas com o governo de Minas, como a criação de um fundo estadual para participação em missões internacionais, parcelamento sem juros de contas da Cemig e Gasmig, suspensão de prazos de obrigações ambientais por 180 dias e a definição de transações tributárias diferenciadas.
Na esfera federal, a federação propõe o reforço de medidas antidumping para conter importações consideradas desleais, além de ações protecionistas, como o aumento da tarifa de importação do aço, atualmente em 25%.
Na semana passada, o governo estadual já havia anunciado um pacote de R$ 300 milhões para apoiar empresas impactadas pela nova taxação. Segundo a FIEMG, essas medidas são essenciais para preservar a competitividade da indústria mineira diante do cenário internacional.
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Exportações
De acordo com dados da FIEMG, Minas Gerais é o terceiro principal exportador para o mercado norte-americano, movimentou US$ 4,62 bilhões em 2024, o que representa 11,4% do total brasileiro. As exportações incluem café, produtos siderúrgicos, máquinas elétricas e químicos inorgânicos.
O Brasil é um dos principais exportadores de mercadorias no cenário global. Os Estados Unidos é o segundo maior consumidor dos produtos brasileiros, ficando atrás apenas da China. Atualmente, dos US$ 337 bilhões exportados, os EUA contribuíram com 12% desse comércio.
Ainda segundo a Federação das Indústrias, os impactos no PIB brasileiro podem chegar a R$ 175 bilhões a longo prazo (5 a 10 anos). Já em um cenário de curto prazo (1 a 2 anos), o impacto pode chegar a R$ 47 milhões. Já em relação a Minas Gerais, os impactos no PIB do Estado podem chegar a R$ 6,7 milhões no curto prazo e a R$ 21,5 milhões no longo prazo.
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