
Telefone fixo
rawpixel.com/Freepik
No Brasil, alguns códigos de DDD nunca foram utilizados ou foram extintos. É o caso do 52, que não aparece entre os quatro códigos ativos no Rio Grande do Sul: 51 (Porto Alegre), 53 (Pelotas), 54 (Caxias do Sul) e 55 (Santa Maria).
☎️ DDD significa Discagem Direta à Distância e é oficialmente chamado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de Código Nacional ou Código de Área. Tem o formato de dois dígitos (XX), digitados antes do número de telefone em ligações interurbanas. Há ainda o o DDI (Discagem Direta Internacional), que é um código de país, seguido do DDD da região desejada e do número de telefone. O DDI do Brasil é 55.
“O 52 foi originalmente planejado pela Telebrás nos anos 1990 para ficar disponível para outras regiões do país, mas não foi. Acabou sendo atribuído a algumas cidades do estado do Espírito Santo em 1998, como um plano provisório”, explica a Anatel.
📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp
Pouco tempo depois, em 1999 (menos de um ano depois da experimentação), o ES passou a usar o DDD 27 e, posteriormente, o 28 para o sul do estado. E foi neste momento que o 52 acabou entrando num limbo e, na prática, foi extinto.
📵 Outros DDDs que “não existem”: 20, 23, 25, 26, 29, 30, 36, 39, 40, 50, 56, 57, 58, 59, 60, 70, 72, 76, 78, 80, 90
De acordo com a Anatel, o sistema de discagem à distância, ainda sem prefixos, começou em 1958, entre São Paulo e Santos, e foi expandido em 1969, já com os Códigos de Área Nacional “organizados dentro do Plano de Numeração de forma lógica e de natureza geográfica, não perdendo de vista o volume de tráfego de chamadas que era esperado para cada estado da Federação”.
Em 1965, quatro anos antes da implementação antes da instalação do sistema, havia pouco mais de 1,3 milhão de telefones em todo o Brasil, que eram ligados através de três linhas de microondas – todas saindo do Rio de Janeiro e ligando a cidade a São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. E as outras cidades? As ligações eram por sistema de rádio e funcionavam só nas capitais.
Início do sistema incluiu o RS
Em 8 de novembro de 1969, surgiu o sistema de discagem direta à distância no Brasil entre estados. Eram possíveis ligações sem intermédio de operadores entre Porto Alegre e São Paulo, e também Rio de Janeiro e São Paulo.
No caso do Rio Grande do Sul, o bloco de códigos que começa com o número 5 foi atribuído considerando a organização geográfica do país e o tráfego previsto de chamadas. Assim, os estados do Sul ficaram com números iniciados por 4 e 5. Santa Catarina recebeu o 47 e o Paraná o 41 e 42. O RS ficou com os códigos de 51 a 55.
Por ser a maior cidade do Brasil, São Paulo recebeu o prefixo 11. Outras cidades do estado acabaram herdando o primeiro dígito 1, com variação no segundo dígito:
12 – São José dos Campos
13 – Santos
14 – Bauru
15 – Sorocaba
16 – Ribeirão Preto
17 – São José do Rio Preto
18 – Presidente Prudente
19 – Campinas
A partir daí, outros DDDs foram criados para outras grandes cidades do país, com a escolha de números crescentes em relação à população de cada localidade: por isso o estado do Rio de Janeiro, o segundo maior do país, tem prefixos começados por 2:
21 – Rio de Janeiro
22 – Campos dos Goytacazes
24 – Volta Redonda
❓ E o que aconteceu com o 20 e o 23?
Segundo a Anatel, no processo de crescimento do país e criação de novas linhas de discagem direta interurbana, foi necessário criar “reservas técnicas”, ou seja, deixar certos códigos vagos para possíveis tecnologias futuras. Foi o caso do 23 no Rio de Janeiro.
“Nesse processo de destinação dos códigos, além da questão geográfica, foi seguido um outro princípio que rege a formação de todos os Planos de Numeração: a existência de reservas técnicas para que novas tecnologias e serviços pudessem ser implantados (por exemplo, o Serviço Móvel Celular – SMC, no final da década de 1980) e demandas inesperadas pudessem ser atendidas”, explica a Anatel.
O caso do prefixo 20 e de todos os outros terminados em 0 é o mesmo. Com a possibilidade de serem usados para novas formas de comunicação, nunca existiram os DDDs 20, 30, 40, 50 e assim por diante.
Por que recebemos ligações mudas que desligam sozinhas – e como evitá-las
VÍDEOS: Tudo sobre o RS