
Polícia prende dois suspeitos de crime de pornografia infantil.
A Polícia Civil de São Paulo mapeou pelo menos 700 vítimas de exploração sexual infantil no Brasil, que tiveram imagens compartilhadas em plataformas digitais. O mapeamento foi feito pelo Núcleo de Observação e Análise Digital (NOAD), que atua há nove meses nesse tipo de investigação e que identificou que meninos e meninas são aliciados em plataformas digitais.
“Eles realizam inúmeros crimes virtuais, e aí nós temos estupros virtuais, automotivações, maus tratos de animais e até induzimento ou instigação para que crianças e adolescentes tirem a própria vida”, afirmou a delegada Lisandrea Salvariego, coordenadora do NOAD.
Nesta segunda-feira (11), a terceira fase operação “NIX – Oculus Legis” cumpriu dois mandados de prisão, três de internação de adolescentes e 14 de busca e apreensão em São Paulo e também nos estados de Pernambuco, Paraná e Paraíba.
As investigações do NOAD apontaram que o grupo agia como organização criminosa, promovendo a venda de pornografia infantil em plataformas digitais.
Além disso, eles fizeram ameaças a autoridades ligadas ao NOAD, após ações anteriores que prenderam importantes lideranças do grupo que agia dentro da plataforma Discord, praticando estupros virtuais, automutilações e indução ao suicídio de centenas de vítimas.
Os alvos desta segunda-feira também são responsáveis por invasão de sites governamentais e inserção de dados falsos. Entre os alvos está um adolescente de 14 anos apreendido pela terceira vez em Pernambuco.
O inquérito investiga o grupo por lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Vítimas
A Polícia Civil afirma que as vítimas são de diferentes classes sociais e idades. Até o momento, a mais nova tinha 7 anos. Na maioria dos casos, tanto as famílias dos agressores quanto das vítimas desconhece os crimes praticados
“Nós temos mais de 700 vítimas em todo o país e somente no estado de São Paulo, mais de 300 vítimas, o que muito nos assusta. Muito embora também a gente trabalhe com uma subnotificação, porque os pais não sabem, não conhecem esse universo digital. Então é muito importante que, assim que tomarem conhecimento, que os pais procurem uma unidade policial, registrem os fatos para que a gente possa investigar”, complementou a delegada Lisandrea Salvariego, coordenadora do Núcleo de Observação e Análise Digital.
Os suspeitos também ameaçaram autoridades ligadas ao NOAD após fases anteriores da operação que prenderam lideranças do grupo na plataforma Discord, onde eram praticados estupros virtuais, indução à automutilação e ao suicídio de vítimas.
Na última quarta-feira (6), o youtuber Felca publicou um vídeo em seu canal denunciando o influenciador paraibano Hytalo Santos por exploração de menores.
Polícia prende nesta segunda-feira (11) suspeito de integrar quadrilha que vende pornografia infantil na internet.
Divulgação/SSP
Os alvos desta etapa também são investigados por invasão de sites governamentais, inserção de dados falsos, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Esses indivíduos precisam entender que a internet não é terra sem lei. O núcleo que criamos na SSP tem uma equipe que está fazendo um trabalho inédito no país para investigar e responsabilizar criminosos que antes se escondiam no anonimato da internet.
Ele disse ainda que o “fato de as autoridades receberem ameaças mostra que nosso trabalho está incomodando, e não vamos parar”.