
China critica tarifaço de Trump ao Brasil e acusa EUA de coerção
O Ministério do Comércio da China anunciou nesta segunda-feira (11) a suspensão temporária de tarifas adicionais sobre produtos dos Estados Unidos.
A medida, válida por 90 dias, foi tomada após o presidente norte-americano Donald Trump assinar uma ordem executiva que prorroga a trégua tarifária entre os dois países.
De acordo com o comunicado oficial, as tarifas de 10% atualmente aplicadas pela China sobre produtos americanos serão mantidas durante esse período.
O governo chinês também informou que adotará ações para enfrentar barreiras não tarifárias que dificultam a entrada de produtos dos EUA no mercado local.
A trégua tarifária venceria em 12 de agosto. Ainda nesta segunda-feira, Trump já havia sinalizado avanços nas negociações.
“Temos lidado muito bem com a China. Como vocês provavelmente já ouviram, eles estão pagando tarifas tremendas aos Estados Unidos”, disse o presidente a jornalistas.
Donald Trump, presidente dos EUA, e Xi Jinping, presidente da China, em foto de 29 de junho de 2019
Reuters/Kevin Lamarque
O acordo entre os dois países
Em 12 de maio, EUA e China concordaram em reduzir temporariamente as chamadas “tarifas recíprocas” por um período de 90 dias.
As tarifas aplicadas pelos EUA sobre importações chinesas caíram de 145% para 30%.
As taxas impostas pela China sobre produtos americanos foram reduzidas de 125% para 10%.
Cerca de duas semanas depois, porém, Trump acusou a China de violar o acordo em publicação feita em sua rede social, a Truth Social:
“A má notícia é que a China, talvez sem surpresa para alguns, VIOLOU TOTALMENTE SEU ACORDO CONOSCO”, postou naquele momento.
Desde que anunciou o tarifaço com o objetivo de reduzir o déficit comercial dos EUA, o republicano enfrenta críticas, inclusive de aliados. O embate com o governo chinês antes das negociações agravou ainda mais a situação.
Horas depois da publicação do presidente americano, a China se manifestou por meio de um comunicado de sua embaixada em Washington.
Pediu que os EUA acabem com as “restrições discriminatórias” contra Pequim e que os dois lados “mantenham conjuntamente o consenso alcançado nas negociações de alto nível em Genebra”.
“Desde as negociações econômicas e comerciais entre a China e os EUA em Genebra, ambos os lados têm mantido comunicação sobre suas respectivas preocupações nos campos econômico e comercial em várias ocasiões bilaterais e multilaterais em vários níveis”, disse o porta-voz da embaixada, Liu Pengyu, à época.