Mutirão de coleta de DNA busca ajudar na identificação de 15 corpos e 32 desaparecidos na região de Ribeirão Preto, SP


Polícia Científica coleta DNA para ajudar nas buscas por desaparecidos
Quase 50 famílias na região de Ribeirão Preto (SP) buscam informações sobre o paradeiro de parentes desaparecidos há semanas, meses ou anos e que podem estar vivos ou mortos.
Segundo o Necrotério Policial de Ribeirão Preto, atualmente existem 15 corpos sem identificação e 32 registros de pessoas desaparecidas.
Para tentar avançar no reconhecimento de todos eles, a Polícia Científica realiza nesta semana um mutirão de coleta de DNA de familiares destas pessoas desaparecidas. A ação termina na sexta-feira (15).
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O procedimento é simples e gratuito, mas precisa ser feito em parentes de primeiro grau, como pais, filhos e irmãos, porque permite identificar perfis genéticos únicos. (veja mais abaixo como participar)
O material colhido será incluído no Banco Nacional de Perfis Genéticos, permitindo cruzamentos com restos mortais e pessoas desaparecidas em todo o país, cujas identidades ainda não foram confirmadas.
Caso ocorra resultado positivo na comparação do perfil genético dos familiares com um perfil genético do Banco Nacional, o Instituto Médico Legal (IML) entrará em contato com o familiar doador. O contato só é realizado caso ocorra um resultado positivo.
Atendente do necrotério do IML de Ribeirão Preto, Alex Bettucci explica que, se a pessoa desaparecida não for localizada, o Banco de Perfis Genéticos continua a busca automaticamente, a cada atualização da base de dados.
“A partir do momento que o material desse familiar entra no banco, é feita uma inicial com todos os dados que têm ali cadastrados. Se houver compatibilidade, eles [IML] avisam a família. Se não houver positivo, cada vez que o banco for alimentado com dados de algum desconhecido ou de algum cadáver não identificado, é feita novamente a pesquisa”.
Em 2024, a segunda edição da campanha nacional resultou na coleta de 1.645 amostras de familiares, que ajudaram a identificar 35 pessoas desaparecidas no Brasil. Nove destas histórias foram reunidas no caderno digital ‘Transformando Números em Histórias’, lançado na terça-feira (12).
Polícia Científica realiza até 15 de agosto um mutirão de coleta de DNA de familiares para ajudar a encontrar pessoas desaparecidas
Marcelo Moraes | EPTV
Como funciona a coleta de DNA
De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o procedimento é simples e gratuito. Os familiares podem doar material biológico raspando a parte interna da bochecha ou retirando uma gota de sangue do dedo.
Também podem ser levados objetos pessoais do desaparecido que contenham DNA, como escova de dentes e cabelos ou um dente de leite guardado, por exemplo.
É necessário apresentar documento de identificação e cópia do boletim de ocorrência do desaparecimento para realizar o procedimento. O material genético é usado exclusivamente para identificar desaparecidos e não pode ser utilizado para outra finalidade.
No procedimento, os familiares podem doar material biológico, como raspagem da bochecha ou gota de sangue
Marcelo Moraes | EPTV
Segundo o diretor do IML, Diógenes Tadeu Cardoso, a coleta do DNA precisa ser feita em parentes de primeiro grau, como pais, filhos e irmãos, porque permite identificar perfis genéticos únicos.
“O nosso DNA é feito de metade do pai e metade da mãe. Quando temos familiares próximos, de primeiro grau, conseguimos identificar a pessoa desaparecida, viva ou morta”.
Na região de Ribeirão Preto, o mutirão abrange as cidades de Brodowski, Cajuru, Cravinhos, Dumont, Jardinópolis, Pontal, Sertãozinho e Serrana.
O procedimento é realizado no Necrotério Policial, localizado na Rua São Sebastião, 1339, no Centro da cidade. O agendamento pode ser feito pelo telefone (16) 3636-2709 ou pelo site oficial da Polícia Científica.
Em busca de respostas
A autônoma Adriana de Oliveira Silva busca respostas sobre o irmão José Maria de Oliveira Júnior, desaparecido desde abril de 2014, aos 18 anos, durante um passeio com amigos no Parque Ribeirão, em Ribeirão Preto. Ela doou material genético no IML.
“É uma dor muito grande para mim. Nossa família foi destruída desde o dia do desaparecimento dele. Todos os dias pensamos nele e queremos saber o que aconteceu. Se for o caso de encontrar ossada ou algo assim, não importa, o que nós queremos é encerrar esse ciclo”.
Adriana de Oliveira Silva busca respostas sobre o irmão José Maria de Oliveira Júnior, desaparecido desde abril de 2014, aos 18 anos, durante um passeio com amigos no Parque Ribeirão. Ela doou material genético no IML
Marcelo Moraes | EPTV
Bettucci reforça que cada atualização do banco é automaticamente cruzada com novas amostras, aumentando as chances de identificação ao longo do tempo.
“Estamos buscando alguém que está desaparecido há dias, meses ou anos. A família tem o anseio de uma resposta, que pode não ser que a pessoa esteja viva, mas dá um ponto final a uma história aberta há muito tempo”.
*Sob a supervisão de Flávia Santucci
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