Mulheres suspeitas de aplicar ‘Boa noite Cinderela’ em turistas britânicos no Rio viram rés


MP denuncia e pede prisão preventiva de três mulheres por aplicar ‘Boa noite Cinderela’ em turistas britânicos no Rio
As três mulheres acusadas de dopar e roubar dois turistas ingleses durante a madrugada de 8 de agosto, após um evento na Lapa, viraram rés na Justiça do Rio nesta segunda-feira (18). As três já estão com a prisão preventiva decretada e uma delas foi presa nesta segunda.
Segundo a denúncia aceita pela Justiça, Amanda Couto Deloca, Mayara Ketelyn Américo da Silva e Raiane Campos de Oliveira ofereceram bebidas adulteradas às vítimas na orla de Ipanema. O MP pediu a prisão preventiva das três e indenização de R$ 30 mil para as vítimas.
“O modo de execução do crime demonstra a periculosidade das agentes e corrobora o entendimento da necessidade de segregação, consubstanciado na necessidade real da garantia da ordem pública”, escreveu o juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, titular da 19ª Vara Criminal da Comarca da Capital, que tornou as mulheres rés.
As três mulheres foram denunciadas por:

Roubo qualificado – duas vezes, com emprego de violência imprópria, já que usaram substância para reduzir a capacidade de resistência das vítimas.
Furto qualificado mediante fraude eletrônica – pelo acesso e desvio de dinheiro da conta bancária de uma das vítimas.
Associação criminosa – por atuarem de forma estável e permanente para praticar crimes do mesmo tipo.
Segundo o MP, as vítimas ficaram desorientadas e incapazes de reagir após ingerirem as caipirinhas. O trio então roubou um iPhone 16 e um iPhone 14 Pro, além de acessar a conta bancária de Mihailo, de onde foram transferidas 2.100 libras esterlinas (cerca de R$ 15 mil), parte usada para compra de criptomoedas. Houve ainda uma tentativa de transferência de 16 mil libras, que não foi concluída.
A denúncia foi feita pela promotora Bárbara Luiza Coutinho do Nascimento. Ela destacou a importância do depoimento das vítimas:
“Nesse tipo de crime, o depoimento da vítima é essencial no processo, para que a gente venha chegar a uma condenação [dos denunciados. Com as novas tecnologias e recursos, existe a possibilidade de que o depoimento aconteça de forma remota. Para que isso seja feito, é importante que a vítima mantenha dados de contato dela por via eletrônica atualizados”.
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Testemunhas registraram em vídeo a fuga das suspeitas em um táxi, imagens que ajudaram na identificação. O MP afirma que as três já eram investigadas por aplicar golpes semelhantes, caracterizando associação criminosa. A promotoria pediu a prisão preventiva delas, alegando risco de reiteração do crime e ausência de vínculo formal de trabalho.
As vítimas teriam conhecido três mulheres em uma roda de samba na Lapa antes de serem dopadas. Os universitários contaram à polícia que conheceram as suspeitas na noite de quarta-feira (7) e, no fim da madrugada de quinta-feira (8), todos seguiram para bares na Zona Sul do Rio.
Os jovens só voltaram à consciência horas depois. Eles contaram à polícia que estavam com as mulheres em um bar, na Lapa, Região Central do Rio, e depois foram à praia.
Ainda de acordo com os britânicos, as mulheres deram caipirinhas para eles e, a partir daí, eles não se lembram de nada.
Suspeitas de praticar o golpe ‘boa noite, Cinderela’
Reprodução
Vinte passagens
Investigações da polícia indicam que a quadrilha das denunciadas costuma agir em pontos turísticos como Lapa e Pedra do Sal.
Uma delas, Raiane Campos de Oliveira ficou na cadeia por 6 meses e tem 20 passagens pela polícia. Ela chegou a ser condenada a 6 anos de prisão no regime semiaberto por roubo a um turista inglês que também afirmou ter sido dopado e roubado por duas mulheres que conheceu em um samba na Pedra do Sal em 2023.
No entanto, Raiane foi absolvida pela 8ª Câmara Criminal no último mês. Os desembargadores entenderam que não havia elementos suficientes que comprovassem que ela era uma das autoras do roubo.

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