
O primeiro semestre de 2025 foi marcado pela expansão da potência energética instalada no Brasil. Entre os meses de janeiro e julho deste ano, 61 novas usinas entraram em operação em todo o país, levando a uma ampliação superior a 4 gigawatts (GW) na matriz elétrica brasileira. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 59,28% desse crescimento se deve às atividades das 11 novas usinas termelétricas em atividade, totalizando 2.2 gigawatts (GW).
A geração de energia termelétrica – proveniente de materiais como carvão, gás natural, óleo combustível ou reações nucleares – vem se mostrando uma parte cada vez mais essencial na matriz energética brasileira. Com 401 usinas em atividade, a energia termelétrica é a terceira maior fonte de energia do país, atrás das hidrelétricas (875) e eólicas (615). As principais fontes utilizadas por elas são a biomassa (286), gás (48), óleo (44), carvão mineral (10), nucleares (2) e outras 11 usinas que utilizam biocombustíveis ou reações exotérmicas.
O papel da energia gerada a partir desses combustíveis se mostra relevante em tempos de crise, como a que ocorreu em 2021, quando o Brasil passou por sua maior crise hídrica em 91 anos. Naquele ano, a seca deixou o país à beira de um colapso energético, devido à grande dependência das hidrelétricas. Com a redução dos níveis dos reservatórios, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste – responsáveis por cerca de 70% da energia hidráulica do país –, o governo brasileiro adotou medidas extraordinárias para reduzir o risco de apagões em todo o território nacional.
Em momentos de escassez hídrica, as fontes de energia firme se tornam essenciais para garantir a segurança energética dos brasileiros. Um exemplo disso é o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda (CTLJ), que completa 60 anos em 2025 e, conforme o presidente da mantenedora Diamante Energia, Pedro Litsek, segue contribuindo para o país com energia firme, com segurança energética e, principalmente, com a economia da região.
Sistema Interligado Nacional
A produção e transmissão de energia elétrica no Brasil é operada por um sistema hidrotérmico de grande porte denominado Sistema Interligado Nacional (SIN), que funciona sob coordenação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão regulado e fiscalizado pela Aneel.
Por meio de uma malha de transmissão, os diferentes sistemas elétricos são conectados, permitindo que seja realizada transferência de energia entre os quatro subsistemas (Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste/Norte), de modo que todas as regiões do país possam ser atendidas de forma segura e eficaz.
Embora as usinas hidrelétricas sejam a principal fonte de geração de energia no país, a presença de geradoras termelétricas, normalmente localizadas nas proximidades dos principais centros, contribui de forma estratégica para a segurança do sistema, garantindo o abastecimento. Segundo dados do Balanço de Energia disponibilizados pela ONS, a energia térmica é a segunda maior fonte nas regiões Norte, Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Apenas na região Nordeste – única do país onde a geração de energia eólica ultrapassa a hidrelétrica – a energia térmica ocupa a terceira posição.
Carvão mineral
As usinas termelétricas, empreendimentos responsáveis pela geração de energia elétrica, funcionam a partir da energia de qualquer produto capaz de gerar calor, desde o bagaço de diversos tipos de plantas e restos de madeira até materiais como óleo combustível, óleo diesel, gás natural, urânio enriquecido e carvão natural. A energia é produzida por um gerador e transportada por meio de linhas de transmissão até o local onde ela será consumida, com a possibilidade de manter uma produção contínua e sob demanda, passível de ser ajustada conforme a necessidade de consumo.
De acordo com dados de 2023 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o carvão mineral responde por cerca de 4,9% da matriz elétrica brasileira, e a região Sul do Brasil é responsável por mais de 90% da produção de carvão mineral, com reservas especialmente nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Conforme informações da Agência Nacional de Mineração (ANM), embora o Rio Grande do Sul seja o principal produtor, respondendo por mais de 50% do carvão mineral na região, o proveniente de Santa Catarina – que é responsável por cerca de 46% – apresenta poder calorífico superior.
Localizada no município de Capivari de Baixo, na região Sul do estado de Santa Catarina, a usina Jorge Lacerda tem capacidade instalada de 740 MW e garante abastecimento a milhões de pessoas com suas quatro usinas e sete geradores de energia. Além do papel histórico no desenvolvimento da região, o CTJL contribui para assegurar segurança energética ao sistema elétrico brasileiro, especialmente em períodos de estiagem, e também é um dos pilares para a Transição Energética Justa no estado de Santa Catarina.
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