
Polícia suspende 3 empresas e prende 18 suspeitos por golpe do falso consórcio no AP
A Polícia Civil do Amapá prendeu 18 pessoas e suspendeu as atividades de três empresas suspeitas de aplicar golpes com falsos consórcios em lojas físicas no centro de Macapá. A ação faz parte da segunda fase da operação Pacto Falso, iniciada em 2025 para desarticular uma quadrilha criminosa.
A investigação aponta que uma das empresas possuía o CNPJ registrado em Mato Grosso, mas estava localizada em uma residência em área de ponte na capital amapaense.
Baixe o app do g1 para ver notícias do AP em tempo real e de graça
Sobre a investigação
As falsas empresas atraíam vítimas com promessas de entrega rápida de bens como imóveis e veículos. Segundo a polícia, os contratos não garantiam a contemplação prometida.
Além das prisões, a Justiça determinou que as empresas fossem proibidas de continuar operando. A medida busca evitar que mais pessoas sejam enganadas.
A primeira fase da operação ocorreu em dezembro. Agora, além das prisões, a Polícia Civil solicitou o fechamento de outras empresas suspeitas.
“Só prender os donos não bastava. Era preciso impedir que as empresas continuassem enganando consumidores”, disse a delegada Janeci Monteiro, da Delegacia Especializada de Crimes Contra o Consumidor (Deccon).
Registro diário de vítimas de golpes
Atividade ilegal é investigada por meio da Dercca
Isadora Pereira/g1
De acordo com a delegada, o golpe tem grande alcance no estado. Os criminosos ofereciam bens com entrada baixa e promessa de entrega em poucos dias, mas o contrato era de consórcio — sem garantia de contemplação
Janeci explicou ainda que todos os dias, novas pessoas procuram a delegacia após perceberem que foram enganadas. Os vendedores prometiam entrega em até 15 dias, o que nunca se cumpria.
Ainda não há estimativa do número total de vítimas ou do prejuízo financeiro devido à grande quantia de registros diários. A delegada divulgou que em apenas uma empresa, foram identificadas 600 vítimas.
“O consumidor é levado a acreditar que receberá o bem logo, mas entra em um consórcio sem garantia nenhuma”, explicou a delegada.
Delegada Janeci Monteiro da Dercca, no Amapá
Isadora Pereira/g1
Entre as principais vítimas estão pessoas em situação de vulnerabilidade, como ribeirinhos, idosos e pessoas com deficiência. Um ribeirinho, que preferiu não se identificar, contou que foi enganado ao tentar comprar uma embarcação para transportar açaí do interior, até Santana e Macapá.
“A gente foi final de julho, eu assinei uma folha que me deram, eu coloquei o meu nome e meu CPF, eles pediram pra colocar”, disse.
Segundo ele, acreditava estar comprando uma catraia no valor de R$ 50 mil, com entrada de R$ 5 mil e parcelas mensais de R$ 480.
“Assim que eu desse os cinco mil, ele me entregava a catraia. O vendedor prometeu dois prazos de entrega nos dias 12 e 22 mas não aconteceu. Aí eu achei que eu tinha entrado em um golpe”, lamentou.
Ribeirinho foi vítima de golpe do falso consórcio
Divulgação/Polícia Civil
Como se proteger
A Polícia Civil orienta que, antes de contratar um consórcio, o consumidor verifique se a empresa é autorizada pelo Banco Central e pesquise se há processos contra o proprietário no site do Tribunal de Justiça.
Segundo a delegada responsável pela investigação, muitas empresas têm CNPJ ativo, mas atuam ilegalmente. Os golpistas usam redes sociais e promessas atrativas.
“Se alguém prometer um bem caro em poucos dias, com entrada simbólica, desconfie. Pesquise, leia o contrato e não confie só na palavra do vendedor”, alerta a delegada.
Veja o plantão de últimas notícias do g1 Amapá
VÍDEOS com as notícias do Amapá: