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Aquele cansaço que não passa, as dores nas articulações, manchas na pele que aparecem depois do sol. Às vezes tudo junto, às vezes separado. O problema é que esses sinais podem ser confundidos com várias outras doenças, dificultando entender quais sintomas do lúpus. E é por isso que ele é tão desafiador.
Essa condição, que atinge principalmente mulheres entre 20 e 45 anos, é um distúrbio autoimune. O sistema imunológico, em vez de proteger o corpo, começa a atacar tecidos e órgãos saudáveis, como se fossem invasores.
Aqui vale entender quais sintomas do lúpus podem aparecer para conseguir buscar ajuda e começar o tratamento o quanto antes, o que faz toda a diferença na qualidade de vida.
Quais sintomas do lúpus são mais comuns?
Os sintomas do lúpus podem variar muito de pessoa para pessoa. Em algumas, são leves e aparecem de tempos em tempos. Em outras, são mais intensos e constantes. Mas alguns sinais são frequentes e merecem atenção:
Cansaço extremo, mesmo sem esforço;
Febre baixa recorrente, sem causa aparente;
Dores e inchaço nas articulações, principalmente nas mãos e nos joelhos;
Manchas avermelhadas na pele, que pioram com a exposição ao sol;
Perda de cabelo fora do normal;
Aftas frequentes;
Sensibilidade ao sol;
Dores no peito ao respirar fundo;
Inchaço nas pernas ou ao redor dos olhos;
Queda de plaquetas e anemia.
O sintoma mais característico é a mancha em formato de “asa de borboleta” sobre o nariz e as bochechas, que pode aparecer após exposição solar. Mas nem todo mundo com lúpus desenvolve essa marca.
Se você apresenta alguns desses sinais com frequência ou tem histórico familiar da doença, vale conversar com seu médico. Quanto antes o lúpus for identificado, mais cedo é possível começar o controle.
Como é feito o diagnóstico do lúpus?
Diferente de uma gripe ou infecção, o lúpus não é diagnosticado com um exame só. Ele exige uma combinação de análises: sintomas clínicos, exames laboratoriais e histórico do paciente. O processo pode levar tempo, porque muitos dos sinais se confundem com outras doenças.
Os exames mais usados no diagnóstico incluem:
Hemograma completo (para verificar anemia e plaquetas);
Exames de função renal e hepática;
Dosagem de anticorpos, como o FAN (fator antinuclear);
Exames de urina, para avaliar se há comprometimento dos rins.
É comum o reumatologista ser o especialista responsável pelo acompanhamento, mas dependendo dos sintomas, outros médicos podem atuar juntos, como nefrologista, dermatologista e hematologista.
Existe cura para o lúpus?
Não. O lúpus não tem cura definitiva, mas tem tratamento. Com acompanhamento adequado e o uso correto dos medicamentos, é possível controlar os sintomas, evitar crises e levar uma vida estável.
O tratamento costuma incluir:
Anti-inflamatórios para controlar dor e inflamação nas articulações;
Corticoides, usados com cautela e sob prescrição;
Imunossupressores, quando o caso é mais grave ou atinge órgãos internos;
Protetores solares, fundamentais para quem tem sensibilidade à luz;
Reposição de vitaminas, quando indicada.
Muitos pacientes fazem uso de medicamentos como o ibuprofeno em fases de dor mais aguda. Já os anti-inflamatórios prescritos são comuns em momentos de crise, sempre com acompanhamento médico.
Para a farmacêutica responsável da Drogal, Eliane Messias, “o acompanhamento médico e o uso correto dos medicamentos são os pilares do tratamento do lúpus. É uma doença que exige atenção, mas que pode ser bem controlada com os cuidados certos.”
Qual a relação do sol com o lúpus?
Muita gente que convive com lúpus percebe que a exposição ao sol piora os sintomas. Isso acontece porque a radiação ultravioleta pode desencadear ou intensificar as crises inflamatórias.
A fotossensibilidade é um dos sinais mais comuns, e o uso diário de protetor solar passa a ser indispensável, mesmo em dias nublados ou dentro de casa, com exposição à luz artificial.
O ideal é optar por um protetor solar com alto FPS, específico para peles sensíveis ou com tendência a alergias. Reaplicar a cada duas horas e usar barreiras físicas, como chapéus e óculos, também ajuda a evitar danos.
O que pode desencadear uma crise de lúpus?
As crises do lúpus (também chamadas de “flares”) podem surgir sem aviso, mas alguns fatores são conhecidos por aumentar o risco:
Exposição solar excessiva;
Infecções;
Estresse físico ou emocional;
Menstruação e alterações hormonais;
Uso irregular de medicamentos;
Falta de sono e alimentação desregulada.
Por isso, quem vive com lúpus precisa prestar atenção ao corpo. Ter uma rotina equilibrada, com alimentação saudável, sono regular e manejo do estresse, é tão importante quanto tomar os medicamentos certos.
E como fica a vida depois do diagnóstico?
O primeiro impacto do diagnóstico pode assustar. Mas com o tempo, a maioria das pessoas aprende a conviver com o lúpus de forma tranquila. O mais importante é entender que, mesmo sendo uma doença crônica, é possível controlar e ter qualidade de vida.
Alguns pontos ajudam muito nessa caminhada:
Criar uma rotina de autocuidado;
Fazer os exames de acompanhamento com regularidade;
Anotar sintomas e alterações para relatar ao médico;
Contar com apoio psicológico, se necessário;
Evitar a automedicação.
Além disso, manter uma relação próxima com o médico faz diferença. É ele quem vai ajustar o tratamento, orientar nos períodos de crise e garantir que tudo esteja sob controle.
Farmacêutica responsável
Eliane Messias Rodrigues – CRF ativo: CRF/SP 43.895
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