Historiador transforma lendas sergipanas em cordel e fala sobre a luta pela memória


Cordel em Sergipe
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O g1 ouviu o historiador Antônio Wanderley de Melo Corrêa, licenciado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Dia do Folclore, celebrado nesta sexta-feira (22). Ele transformou e adaptou 23 lendas sergipanas em um cordel, destacando a diversidade folclórica do estado.
“Sergipe possui um repertório grande de lendas. Em todo povoado, no pé de qualquer serra ou morro, nas margens de qualquer rio ou lagoa, nas proximidades de alguma mata ou queda d’água, se ouve relatos fantásticos ou acontecimentos sobrenaturais perdidos no tempo e preservados pela memória coletiva, transmitidos de geração a geração”, disse o historiador.
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O historiador dividiu o cordel em três partes: a primeira resgata lendas antigas, a segunda trata de lendas adaptadas pelo autor e a terceira traz lendas urbanas sergipanas, como a do fogo corredor, os mistérios da Serra da Miaba, os bacamartes, entre outras.
Uma lenda urbana bastante conhecida no imaginário popular dos aracajuanos, de acordo com o professor, e que foi retratada no cordel é a da Loira do Augusto Franco, que fala sobre a aparição de uma mulher no Bairro Farolândia. A ‘loira fantasmagórica’ atraía os homens, principalmente taxistas e motoqueiros, e quando eles se interessavam por ela, desaparecia.
“[…] No melhor do bate papo:
Pufh! A loura sumia,
Deixando o pobre taxista
Quase em plena letargia.
O sujeito perdia a fala
E todo o corpo tremia […]”, conta o texto.
Antônio Wanderley contou ainda sobre a sua paixão por cordéis. Ele já estudou, escreveu artigos científicos sobre folclore e cultura popular e escreve cordéis há cerca de 15 anos. Segundo o historiador, uma das máximas do cordel é que tudo pode virar verso.
Para ele, o grande desafio do folclore é manter viva a memória através dos registros, seja por meio da arte ou da história.
“O folclore é a parte lúdica e fantasiosa da cultura popular e passando de geração em geração, é como o ele se perpetua”, afirmou.
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