
Imagem de arquivo mostra um avião bombardeiro B-52 da Força Aérea dos Estados Unidos decolando da base aérea em Gloucestershire, Inglaterra
REUTERS/DarrenStaples/Files
Nos últimos dias, vídeos publicados por influenciadores ganharam destaque nas redes sociais. Eles falam sobre uma suposta mudança nas regras para levar líquidos na bagagem de mão em voos internacionais que partem do Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU Airport).
Nos vídeos, os influenciadores alertam que o aeroporto passou a exigir o transporte de líquidos em frascos de até 100 ml e dentro de embalagens plásticas transparentes, com capacidade máxima de até 1 litro.
Essa regra, no entanto, é velha. Segundo a GRU Airport, esse é um procedimento padrão de inspeção de bagagens de mão em embarques internacionais e já existe há mais de cinco anos, desde 2019, conforme a resolução 515 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A resolução da agência estabelece que:
todos os líquidos devem ser conduzidos em frascos com capacidade de até 100ml;
líquidos conduzidos em frascos com volume acima de 100 ml não poderão ser transportados, mesmo que o frasco esteja apenas parcialmente cheio;
todos os frascos devem ser colocados em uma embalagem plástica transparente, que possa ser fechada, contendo capacidade máxima de 1 litro, devendo estar dispostos com folga dentro da embalagem plástica fechada; e
a embalagem plástica deverá ser apresentada para inspeção visual no ponto de inspeção de embarque de passageiros, sendo permitida somente uma embalagem plástica por passageiro.
A Anac esclarece que as únicas exceções são medicamentos com prescrição médica, alimentos para bebês e líquidos de dietas especiais — e todos devem ser apresentados no momento da inspeção.
Além disso, itens comprados nas lojas duty free também podem exceder o limite de 100 ml, desde que estejam em embalagens plásticas padronizadas e com o recibo de compra visível. Não há restrição para o transporte de frascos vazios.
E se o passageiro não seguir essas orientações?
A resolução da Anac não especifica diretamente as possíveis consequências para quem descumpre as regras sobre transporte de líquidos. No entanto, os procedimentos internacionais de segurança na aviação civil indicam que os frascos deverão ser descartados na hora da inspeção de bagagens caso estejam fora das regras, ou que o passageiro precisará despachar as bagagens.
“É importante pontuar que o objetivo dessas regras e do procedimento de inspeção é prevenir atos de interferência ilícita na aviação civil e garantir a segurança de todas as pessoas nos aeroportos e nas aeronaves, evitando que armas, explosivos, artefatos ou agentes químicos, biológicos, radioativos e nucleares, ou substâncias e materiais proibidos, entrem nas áreas restritas de segurança ou a bordo dos aviões”, afirmou a Anac em nota oficial enviada ao g1.
A Anac ainda recomenda que os passageiros apresentem as embalagens plásticas contendo os frascos com líquidos separadamente da bagagem de mão, além de itens como paletós, jaquetas, laptops e objetos semelhantes, para facilitar a inspeção nos equipamentos de raios-X.
Segundo a GRU Airport, os passageiros que tiverem dúvidas podem acessar o regulamento completo no site oficial da Anac ou entrar em contato diretamente com a companhia aérea ou com o próprio aeroporto, pelos telefones (11) 2445-2945 ou via WhatsApp: (11) 2445-2323.
Novos equipamentos de inspeção
A Anac ainda informou que está em andamento a instalação de equipamentos de inspeção de última geração na área de embarque internacional do Aeroporto Internacional de Guarulhos, localizado no terminal 3.
“Os aparelhos foram doados pela agência de segurança dos transportes dos Estados Unidos, a Transportation Security Administration (TSA), por meio de memorando de entendimentos firmado em 2023 entre a TSA e a GRU Airport, sob a supervisão e o apoio da Anac e da Secretaria de Aviação Civil (SAC) do Ministério de Portos e Aeroportos (Mpor)”, afirmou a agência.
A Anac destaca que, para o manuseio dos equipamentos, “as equipes de segurança do aeroporto estão passando por treinamentos específicos, com acompanhamento presencial de profissionais da TSA e da Anac”.
“A operação dos aparelhos, que ocorre de forma gradual, deve elevar os padrões de triagem e o nível de segurança no aeroporto”, completa a agência, em nota.
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