
Carro de professor denunciado por estupro foi atingidopor cerca de 10 tiros em Patos de Minas
Patos Hoje/Reprodução
Um professor de 49 anos, investigado por estupro de vulnerável contra crianças em uma escola municipal de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, teve o carro atingido por cerca de dez tiros na noite de sábado (23). O ataque ocorreu após denúncias de abuso sexual envolvendo ao menos três alunos da escola onde o professor dá aulas de música.
Segundo a Polícia Militar (PM), o carro foi baleado no Bairro Jardim Centro. Os disparos acertaram as portas, capô, teto e vidros do veículo.
Estojos e projéteis de calibre 9 mm foram encontrados perto do local e a polícia suspeitou que os disparos tenham partido de um dos apartamentos de um prédio vizinho.
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Durante as buscas, os militares identificaram o possível atirador, um homem de 40 anos, que estava embriagado e resistiu à abordagem. Ainda de acordo com a PM, no apartamento do suspeito foram encontradas cápsulas deflagradas, além de carregadores, uma pistola calibre 9 mm desmontada, munições intactas e porções de maconha e cocaína.
O homem foi preso, passou por avaliação médica e foi levado à Delegacia de Polícia Civil.
Polícia Civil alerta que ‘justiça com as próprias mãos’ é crime
A Polícia Civil informou, em nota divulgada na tarde deste domingo (24), que instaurou procedimento para apurar as denúncias. A investigação está sob responsabilidade da Delegacia Especializada de Atendimento à Criança, que já apreendeu celular, coletou provas periciais e realizou escutas com as vítimas.
Sobre o ataque ao veículo do investigado, a PC reforçou que a prática de retaliação é considerada crime. “Ataques desta natureza são caracterizados como crime, não sendo admitido pelo ordenamento jurídico ‘justiça com as próprias mãos’, devendo ser evitadas, pois impedem um julgamento justo a todo cidadão”.
A corporação ainda esclareceu que o professor investigado não foi preso em flagrante, pois os fatos teriam ocorrido em data anterior ao registro do boletim de ocorrência e não havia elementos suficientes para comprovar o crime.
Alertou ainda sobre a divulgação de informações não confirmadas nas redes sociais, como o número de vítimas, que não corresponde aos dados apurados até o momento.
Uma coletiva de imprensa será realizada nesta segunda-feira (25), às 11h, para apresentar os avanços da investigação criminal.
Criança de 4 anos relatou abusos para a mãe
O docente foi denunciado após uma das vítimas, uma criança de 4 anos, contar para a mãe sobre os abusos que vinha sofrendo na escola.
A mulher havia notado mudança de comportamento da criança e, ao questioná-la, dizendo que ela poderia confiar e que elas poderiam compartilhar segredos uma com a outra, a menina contou que o professor a tocava de forma inadequada e introduzia objetos como lápis e faca na região anal. As informações constam no boletim de ocorrência registrado na quinta-feira (21).
A filha disse ainda que era ameaçada pelo professor, que afirmava que, se contasse sobre os abusos, ele deixaria de dar aulas de música – atividade que ela gostava muito de participar na escola. O homem foi afastado das funções assim que a escola soube da denúncia.
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Denúncia aponta outras vítimas
Ainda conforme o boletim de ocorrência, após saber da situação, a mãe não permitiu que a filha voltasse à escola e a levou na quinta-feira até um hospital da cidade para que exames fossem feitos.
A criança também contou para a mãe que o professor mantinha comportamentos semelhantes com outras crianças. Por isso, a PM foi até a residência de um menino e uma menina, indicados como outras supostas vítimas dos abusos.
Na casa de uma delas, a mãe da criança relatou que a vítima vinha reclamando de fortes dores na região íntima e que já havia sido diagnosticada com infecção de urina.
A criança foi levada ao hospital, mas não relatou abuso por parte do professor. Disse apenas que ele a abraçava com frequência e a colocava sentada em seu colo. Mas no atendimento médico, segundo a PM, foi constatado inchaço na região íntima.
Na casa da terceira criança, a mãe negou que tenha visto ferimentos no corpo do filho, mas que ele tem apresentado resistência em ir à escola. Ela foi orientada a levá-lo para receber atendimento médico e constatar os possíveis abusos.
A partir dos relatos, os militares abordaram o professor e o prenderam, mas ele foi liberado em seguida. O investigado negou as acusações e afirmou não ter conhecimento de nenhuma queixa.
Em nota, a Prefeitura de Patos de Minas afirmou que, ao tomar conhecimento da denúncia, determinou a instauração imediata de procedimento interno para apuração dos fatos.
Leia a nota na íntegra
“A Prefeitura de Patos de Minas manifesta total repúdio em relação à grave denúncia de estupro de vulnerável envolvendo servidor da rede municipal de ensino. Assim que tomou conhecimento do fato, a administração determinou imediata instauração de procedimento na Corregedoria-Geral do Município, para apuração rigorosa e ágil dos fatos.
O servidor já foi afastado das funções, e ressaltamos que serão adotadas demais medidas administrativas cabíveis em relação ao denunciado, assegurando o devido processo legal. Por se tratar de situação extremamente sensível, não serão divulgadas informações adicionais neste momento.”
Munições e arma foram apreendidas na casa do suspeito do ataque em Patos de Minas
Polícia Militar/Divulgação
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Polícia Civil/Divulgação
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