Governo Trump não responde se fará ação militar na Venezuela, mas diz que EUA estão preparados para usar ‘toda a força’


EUA divulgam imagens de embarcações enviadas para a costa da Venezuela
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, evitou confirmar nesta quinta-feira (28) se os Estados Unidos planejam uma ação militar contra a Venezuela. Em entrevista coletiva, porém, afirmou que o governo de Donald Trump está preparado para usar todos os elementos da força americana no combate ao tráfico de drogas.
Nos últimos dias, os EUA deslocaram navios, aviões e militares para o sul do Caribe, próximo à costa venezuelana. O governo americano alega que a operação tem como objetivo impedir a entrada de drogas no país, mas evitou comentar detalhes da ação.
Nesta quinta-feira, Leavitt foi questionada sobre a operação. Um dos jornalistas afirmou que o aparato militar enviado ao Caribe era maior do que o necessário para operações contra o tráfico de drogas. Em seguida, ele perguntou se os EUA avaliavam atacar estruturas militares da Venezuela.
A porta-voz da Casa Branca disse que não iria comentar ações militares e voltou a dizer que Nicolás Maduro não é o presidente legítimo da Venezuela. Segundo Leavitt, o venezuelano é um fugitivo da Justiça dos EUA.
“Trump está preparado para usar todos os elementos da força americana para impedir que as drogas inundem nosso país e para levar os responsáveis à Justiça. E, como já disse aqui deste púlpito, o regime de Maduro não é o governo legítimo da Venezuela. É chefe de um cartel narcoterrorista”, afirmou.
Leavitt disse ainda que vários países vizinhos da Venezuela demonstraram apoio à decisão dos Estados Unidos de enviar navios para o sul do Caribe.
Embora o governo Trump culpe a Venezuela pela entrada de drogas nos Estados Unidos, o Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 da ONU apontou que as principais drogas consumidas pelos americanos não vêm de lá.
EUA x Maduro
Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, líder do chavismo na Venezuela
Kevin Lamarque e Manaure Quintero/Reuters
Maduro é acusado pelos EUA de narcoterrorismo. Ele é apontado pelo governo americano como líder do Cartel de los Soles, grupo classificado recentemente pelos EUA como organização terrorista internacional.
No início de agosto, os EUA dobraram a recompensa por Maduro, estipulando um valor de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão ou condenação do venezuelano.
Maduro tem classificado as ações recentes dos Estados Unidos como ameaças. Diante da movimentação militar, ele anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para proteger o território da Venezuela.
“Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela”, proclamou. “Mísseis e fuzis para a classe operária, para defender a nossa pátria!”
A Venezuela também enviou 15 mil militares para a fronteira com a Colômbia após o governo vizinho afirmar que os EUA estavam usando o narcotráfico como uma “desculpa para invasão militar”. Por outro lado, o governo colombiano descarta colaborar com Maduro.
Na terça-feira (26), em um documento enviado à ONU, a Venezuela afirmou que os navios americanos devem chegar à costa do país no início da próxima semana.
Ainda no documento, a Venezuela classificou as ações dos Estados Unidos como “grave ameaça à paz e à segurança regional” e pediu que a ONU monitore a “escalada de ações hostis” e “ameaças” do governo dos EUA.
Enquanto isso, países como Argentina, Equador, Paraguai e Guiana seguiram os Estados Unidos e também declararam o Cartel de los Soles como uma organização terrorista. Trinidad e Tobago, que fica muito próxima da Venezuela, também disse apoiar a ação militar dos EUA.
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