Senador petista diz que ataque Marina em comissão foi ‘calor do debate’ e caso ‘isolado’


Jaques Wagner comentou discussão envolvendo oposicionistas e a ministra do Meio Ambiente. Na ocasião, senador Marcos Rogério chegou a dizer para Marina: ‘se ponha no seu lugar’. ‘Me senti agredida, mas saio fortalecida’, diz Marina Silva
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), tentou minimizar nesta terça-feira (27) a crise provocada pela saída da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de uma audiência no Senado após embates com parlamentares. Segundo o senador, o episódio foi fruto do “calor do debate” e de uma “discussão isolada”.
Marina deixou a sessão da Comissão de Infraestrutura depois de uma série de discussões acaloradas com os senadores Marcos Rogério (PL-RO), que presidia a sessão, Omar Aziz (PSD-AM) e Plínio Valério (PSDB-AM).
“Na minha opinião a ministra estava muito bem, esclarecendo a todas as perguntas, respondendo a todas as questões, mas é óbvio que num momento ou outro, sobe a temperatura, mas não vi nada”, disse Jaques.
“A ministra também falou alguma coisa que o senador Omar se sentiu ofendido. Mas eu acho que isso é do calor do debate”, completou o líder.
A base do governo tem sido questionada por não ter saído em defesa de Marina na comissão. Jaques Wagner, inclusive, estava presente.
Senador manda Marina Silva ‘se pôr no seu lugar’, e ministra diz que não é ‘mulher submissa’
O momento mais tenso ocorreu quando Marcos Rogério cortou repetidamente o microfone da ministra. Marina reagiu: “O senhor quer que eu seja uma mulher submissa. E eu não sou”. Rogério retrucou: “Me respeite, ministra. Se ponha no seu lugar”, o que foi interpretado como ataque machista.
O senador Plínio Valério também atacou Marina: “A mulher merece respeito, a ministra, não”. A ministra rebateu: “Sou uma mulher de luta e de paz. Mas nunca vou abrir mão da luta”. Diante da recusa de Plínio em pedir desculpas, Marina se levantou e deixou a sala.
O senador Marcos Rogério (PL-RO) protagonizou um embate acalorado com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no dia 27 de maio de 2025
TV Senado/Reprodução
Em plenário, Jaques Wagner pediu aos senadores que retirassem a convocação oficial da ministra aprovada na comissão. Ele apelou por uma “relação institucional serena” entre governo e Congresso.
Senadores da base aliada, como Eliziane Gama (PSD-MA) e Rogério Carvalho (PT-SE), saíram em defesa de Marina e acusaram Marcos Rogério de machismo.
Em nota, Marcos Rogério afirmou que não houve agressão e acusou Marina de tentar transformar o episódio em “falsa narrativa de agressão de gênero”.
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