Audiência pública discute revitalização do trem de Santana para passeios turísticos


Debate leva questões sobre a reestruturação e revitalização da locomotiva. Trem está em inatividade desde 2014. Audiência discute retomada de atividades do Trem de Santana
Jorge Júnior/Rede Amazônica
A reestruturação do trem e a revitalização da estação de Santana será discutida em uma audiência pública nesta sexta-feira (30) na Câmara de Vereadores do município. O evento está marcado para iniciar às 9h e o debate é aberto à população em geral.
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No mês de dezembro de 2014, o trem de carga circulou pela última vez na Estação Ferroviária do Amapá. Em 2015, os serviços de transporte da ala de passageiros também foi cessado.
Com a paralisação das atividades, os mais de 380 vagões de carga, além do trem de passageiros, sofrem com o abandono e estão espalhados por áreas onde passa o trilho.
São pelo menos 194 quilômetros de linha, de Santana a Serra do Navio. A locomotiva passa por 5 localidades amapaenses. O local ao longo dos anos foi saqueado e teve áreas de domínio invadidas.
Movimento busca reestruturação do trem e revitalização da estação de Santana
Movimento e debate
A discussão é promovida pelo movimento ‘Eu vou de Trem’, busca levar as questões ao debate, tendo em pauta a valorização da estrada de ferro, do turismo e movimentação na economia local.
Ester de Paula, representante do movimento ‘Eu vou de Trem’, disse que durante a reunião, serão debatidas a revitalização dos vagões e o resgate da história. Além disso, o trem deve percorrer em um trecho curto.
Região ao entorno dos trilhos é habitada por moradores
Jorge Júnior/Rede Amazônica
“Ele busca o resgate cultural turístico, o desenvolvimento cultural, turístico e também econômico. Mas, a princípio, o que é palpável num momento é restaurar a estação […] Há possibilidade de um trem. Nós queremos chamar Porto Platon, Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari, porque é viável”, disse.
A representante explicou ainda que a ideia inicial é chamar a atenção das autoridades, após a discussão do assunto na Câmara de Vereadores de Santana.
“É só nós nos unirmos, chamar atenção do governo federal, estadual, municipal, para que a gente possa colocar nossas propostas viáveis de grupos de engenheiro, de arquiteto, de pessoas com expertise na área que participaram da história do trem e Santana”, completou Ester.
Reativação da ferrovia de Santana vai ser discutida em audiência publica
Setrap/Arquivo
Luiz Antônio Gonçalves, também representante do movimento, disse que o intuito é resgatar a história da estrada de ferro, que vem se deteriorando com o tempo.
“Estamos tentando fazer igual em muitas cidades aí, tentar fazer um museu da ferrovia, onde a colocaria uma locomotiva, vagão de passageiro, caboose, uma litorina, os equipamentos que foram usados para a construção e conservação e transporte do minério de Manganês de Serra do Navio e Santana. A gente faz isso para ficar para as histórias. E quem andou, mata a saudade e quem nunca viu o trem rodando, vai ver”, disse.
Gonçalves explicou ainda que o movimento deve sair da audiência com um grupo de trabalho já firmado, para que o projeto siga em plano de desenvolvimento.
“Está convidado o Ministério Público, todos os órgãos do governo municipal estadual e dali a gente sair com um grupo para continuar esse debate, não ficar só na audiência pública, formar um compromisso e daí continuar e não deixar a ideia parar”, concluiu.
Sobre o trem e a ferrovia
Desde 2014, a estação e as locomotivas sofrem com o saqueamento e invasão. A área ao redor das ferrovias é tomada por moradores. Em 2021, foi levantada uma proposta de possível reativação, no entanto, o projeto não teve continuidade.
Área de domínio do trem sofreu saqueamento
Setrap/Arquivo
Os trilhos serviam de caminho para os trens que transportam minério extraído de Pedra Branca do Amapari, no interior do estado até Santana, na Região Metropolitana de Macapá.
Segundo a Setrap, que trabalha com a Estrada de Ferro do Amapá desde 1981, o abandono do patrimônio ocorreu a partir de problemas ocorridos após a posse da mineradora Zamin, em 2013.
Trecho da Estrada de Ferro Amapá
Divulgação
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