Julgamento da morte de Maradona é anulado após atuação suspeita de juíza


Julieta Makintach é investigada por estar envolvida na produção de um documentário não autorizado sobre o julgamento. O tribunal julgava profissionais de saúde acusados de negligência na morte do ex-jogador, cinco anos atrás. Julgamento da morte de Maradona é anulado após atuação suspeita de juíza
Reprodução/TV Globo
A Justiça argentina anulou o julgamento dos profissionais de saúde acusados de negligência na morte de Diego Maradona, cinco anos atrás.
A decisão foi tomada por dois dos três juízes do caso. O motivo: a atuação suspeita da terceira juíza, Julieta Makintach. Ela é investigada por estar envolvida na produção de um documentário não autorizado sobre o julgamento.
Um vídeo obtido pela polícia mostra a juíza Makintach falando para a câmera sobre o julgamento, o que seria uma participação ilegal da magistrada. O anúncio sobre a anulação foi feito pelo juiz Maximiliano Savarino, que preside o julgamento. Ele considera que a juíza Makintach atuou de forma parcial e provocou prejuízos para a acusação e para a defesa.
A juíza Verónica Di Tomasso disse que Makintach errou e deverá seguir dando explicações, e completou com a frase “a Justiça não se mancha”, fazendo referência a uma famosa frase de Maradona, “a bola não se mancha”.
No tribunal onde o caso estava sendo julgado, jornalistas são autorizados a entrar para acompanhar as audiências, mas sem câmera, imagens não são permitidas. Mas durante os quase três meses de julgamento, os advogados dos acusados e da família de Maradona perceberam que, de vez em quando, havia alguém filmando a audiência. Foi assim que a investigação começou.
Uma imagem, de uma câmera da transmissão do primeiro dia de julgamento no tribunal, mostra que há um homem sentado atrás dos advogados gravando. Segundo as investigações, a juíza Makintach autorizou a entrada dele com o aparelho.
As sessões seguintes não tiveram transmissão depois que o Ministério Público mostrou uma imagem de como Maradona foi encontrado morto.
A Suprema Corte da província de Buenos Aires suspendeu a juíza Makintach por 90 dias, enquanto segue a investigação. Na saída do tribunal, o advogado do filho mais novo de Maradona concordou com a decisão dos juízes.
O advogado das duas filhas mais velhas do ex-jogador disse que agora terão que encarar um novo julgamento e que espera que seja o mais rápido e transparente possível, e que está confiante que haja uma sentença até o fim do ano.
Sete pessoas são acusadas de homicídio simples com dolo eventual, entre elas, o médico particular de Maradona — o neurocirurgião Leopoldo Luque. Ele foi agredido na chegada ao tribunal na última terça por fãs de Maradona.
O lendário jogador de futebol foi o craque da Argentina campeã da Copa do Mundo de 1986. Ele morreu em novembro de 2020, aos 60 anos, após uma parada cardiorrespiratória.
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