Professor universitário e esposa empresária são indiciados por torturar amante após descoberta de traição em RR


Adelson Alves de Lima Junior e Luana Lopes Lemos foram indiciados por tortura contra jovem com quem ela mantinha um relacionamento extraconjugal. Polícia também atribui lesão corporal a Adelson por agredir a esposa. Professor e esposa presos por suspeitas de tortura e roubo são liberados
O professor universitário Adelson Alves de Lima Júnior, de 46 anos, e a esposa dele, a empresária Luana Lopes Lemos, de 36, foram indiciados por torturar um jovem de 24 anos após Adelson descobrir que ele era amante de Luana, em Rorainópolis, no Sul de Roraima.. O professor também foi indiciado por constrangimento ilegal e por agredir a própria esposa.
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A investigação concluiu que Adelson, ao descobrir que era traído por Luana, com o jovem, armou uma emboscada para atrair e agredi-lo. A Polícia representou pela prisão temporária dos dois investigados e também pediu a busca e apreensão de equipamentos eletrônicos.
O casal foi preso em março deste ano por suspeita de tortura, lesão corporal grave, constrangimento ilegal, ameaças e roubo. Adelson descobriu a traição em outubro de 2023, ao ver mensagens trocadas entre Luana e a vítima. Foram soltos em abril.
O g1 tenta contato com a defesa dos dois.
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Após a descoberta, Luana foi agredida por ele com coronhadas, socos e até com um descascador de laranja, segundo relato da própria vítima e testemunhas. Posteriormente, o alvo principal das ameaças passou a ser o amante.
Conforme as investigações, Adelson chegou a se passar por Luana usando o celular dela para convencer o jovem a retornar para Rorainópolis, quando ele tinha fugido para Presidente Figueiredo, no Amazonas. O professor alegou que teria se separado do marido.
A armadilha culminou em uma emboscada em uma vicinal da zona Rural, onde a vítima foi agredida com socos, chutes, capacetadas, coronhadas e até com uma barra de ferro. Ele teve ferimentos pelo corpo, na cabeça e lesionou o nariz.
Raio-X da vítima após agressões de professor universitário em Rorainópolis
Reprodução
Em depoimento, a vítima também relatou que Adelson apontou uma arma para a cabeça e realizou um disparo no chão. O jovem foi obrigado a tirar a roupa sob ameaças de abuso sexual. Ele conseguiu fugir e procurou abrigo na casa da mãe, sendo levado ao Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista, por medo de represálias caso buscasse atendimento no hospital de Rorainópolis.
Para a Polícia Civil, Luana teve papel decisivo no crime. Mesmo com versões contraditórias entre os envolvidos, as investigações apontaram que ela conduziu o carro que levou Luann até o local da emboscada.
“Indiciar [Luana] em coautoria, pois a indiciada possuía o domínio do fato e prestou uma contribuição independente, essencial à prática da infração penal qual seja utilizou o veículo para pegar a vítima no local informado e a levou até o executor”, cita o trecho do indiciamento.
Durante as agressões, segundo testemunhas e relatos da vítima, ela permaneceu no veículo assistindo aos atos de violência. Para os investigadores, Luana tinha o chamado “domínio do fato”, que significa que mesmo sem agredir diretamente, ela contribuiu de forma essencial para que o crime ocorresse.
Mesmo após as agressões, Adelson teria continuado a ameaçar o amante e a família dele. A Polícia também apurou que ele contratou pessoas para vigiar o hospital onde a vítima estava internado, além de ameaçá-lo no novo local de trabalho, em Boa Vista.
O caso segue agora para o Ministério Público de Roraima, que vai analisar o indiciamento e decidir se oferece denúncia à Justiça.
Relembre o caso
À época da prisão, uma ex-funcionária de Luana também relatou ter sido vítima do casal por saber do relacionamento extraconjugal. Ele teve o celular roubado, como um sinal de aviso por ela saber do caso. O casal não foi indiciado pela violência contra a ex-funcionária.
A investigação foi concluída após a ex-funcionária sofrer o assalto. No dia, segundo a Polícia Civil, uma dupla roubaram apenas o celular dela, ignorando joias, relógio e outros pertences de valor que ela carregava, o que levantou suspeita . Minutos depois, um dos criminosos retornou e a agrediu com dois socos e disse que aquilo era “só um aviso”.
Na apuração, a polícia identificou que os assaltantes tinham ligação com o casal Adelson e Luana. A ex- funcionária disse que no celular dela havia mensagens e áudios comprometedores, nos quais Luana admitia ter participado de agressões contra o amante dela.
Além de roubar o celular da ex-funcionária, eles também apagaram imagens das câmeras de segurança que flagraram parte da ação do dia em que o amante foi torturado. Luana é dona de uma cafeteria e também foi candidata à vereadora em Rorainópolis em 2024. Adelson é professor universitário de instituições públicas na região.
O casal foi solto em abril deste ano, cerca de 10 dias após a prisão.
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