São José dos Campos e Taubaté registram queda de até 12% no número de nascimentos; veja motivos que explicam baixa


Fatores como questões financeiras e mudanças no papel da mulher na sociedade explicam novo cenário. Em São José, a queda foi de 9% nos últimos quatro anos. Já em Taubaté, a diminuição no mesmo período é ainda maior: 12%. São José dos Campos e Taubaté registram queda no número de nascimentos nos últimos anos
Rene Asmussen/Pexels
Cidades mais populosas da região do Vale do Paraíba, São José dos Campos e Taubaté vêm registrando queda no número de nascimentos ano após ano.
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A pedido do g1, a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP) levantou dados que mostram que a diminuição de registros acontece pelo menos desde 2021.
Número de nascimentos
Fatores como questões financeiras e mudanças no papel da mulher na sociedade explicam novo cenário – leia mais abaixo.
São José dos Campos
Em São José dos Campos, a queda foi de 9% nos últimos quatro anos – 8.995 nascimentos em 2021 para 8.127 nascimentos em 2024.
A única exceção na lista é de 2022 para 2023, quando a cidade registrou um pequeno aumento de três nascimentos.
De 2023 para 2024, o número já voltou a cair: 5,9% de queda, caindo de 8.645 nascimento para 8.127.
Até o fim de maio deste ano, São José registrou 3.188 novos nascimentos.
Taubaté
Já em Taubaté, a diminuição nos últimos quatro anos é ainda maior: 12%. – 3.728 nascimentos em 2021 para 3.274 em 2024.
A cidade teve uma pequena alta de 2022 para 2023, mas o número voltou a cair em 2024.
Até o fim de maio deste ano, Taubaté registrou 1.358 novos nascimentos.
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Quais são os motivos da queda?
Segundo o diretor regional da Arpen no Vale do Paraíba, Marcello Verderamo, a queda de nascimentos nas duas principais cidades do Vale do Paraíba segue uma tendência nacional.
Um dos motivos dessa tendência é uma mudança no comportamento das mulheres em relação ao que acontecia anos atrás.
“Hoje em dia boa parte das mulheres tem uma vida muito mais dinâmica por dar preferência à profissão. A maioria das mulheres prefere se estabelecer na carreira antes de ter filhos para evitar conciliar um momento de crescimento profissional com os cuidados com os filhos”, afirmou Verderamo.
“Atualmente, também temos um acesso muito mais fácil à informação. Então, as pessoas conhecem mais métodos contraceptivos, o que obviamente diminui os nascimentos”, disse.
De acordo com Verderamo, o número decrescente de nascimentos também tem relação com os custos maiores para se construir uma família.
“O perfil do brasileiro hoje é diferente de antigamente. As pessoas têm uma vida muito mais urbana, muito mais na cidade, que é mais cara do que a vida no meio rural. Isso é uma mudança cultural, que em muitos casos acontece até para priorizar a qualidade de vida dos filhos. Mas, pelo fato da vida na cidade ser mais desenvolvida e mais cara, o número de filhos diminui”, avaliou.
Outro fator que contribui com a queda é o envelhecimento da população. Nos últimos anos, os idosos deixaram de ser a menor fatia da população brasileira e, daqui a duas décadas, vão ser a maior dela, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para Verderamo, isso também faz com que a queda de nascimentos continue acontecendo ao longo dos próximos anos.
“Não vamos fugir disso. É uma tendência mundial, que também vemos no Brasil e que já vinha antes da pandemia”, concluiu.
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