Dona do Pornhub suspende acesso a seus sites pornográficos na França em protesto contra mecanismo de verificação de idade


Site pornô Pornhub
Franco Alva/Unsplash
A Aylo, empresa dona do Pornhub, YouPorn e RedTube, anunciou que irá suspender o acesso às plataformas de conteúdo adulto na França a partir de quarta-feira (4) em protesto contra a exigência de que sites pornográficos verifiquem se seus usuários têm 18 anos ou mais.
O governo francês começou a implementar neste ano requisitos para que todos os sites adultos exijam que os usuários confirmem sua idade com informações como cartão de crédito ou documento de identidade.
A Arcom, órgão regulador da comunicação digital e audiovisual da França, pode solicitar o bloqueio dos sites e aplicar multas se considerar que seus sistemas de verificação de idade são insuficientes.
“Posso confirmar que a Aylo tomou a difícil decisão de suspender o acesso às suas plataformas na França. Usaremos nossas plataformas para nos dirigirmos diretamente ao público francês amanhã”, disse um porta-voz do Pornhub nesta terça (3), segundo a Reuters.
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Empresa diz que mecanismo de verificação é ineficaz
Para preservar a privacidade dos usuários, as operadoras devem oferecer uma opção técnica de dupla identificação que impeça as próprias plataformas de verem as informações pessoais de quem acessa os sites.
Mas a Aylo afirma que este é um mecanismo ineficaz que coloca os dados das pessoas sob risco de invasões ou vazamentos.
A empresa disse apoiar o conceito de verificação de idade, mas afirmou que empresas como Microsoft, Apple e Google têm capacidade de fazer esse trabalho por meio de seus sistemas operacionais Windows, iOS e Android.
“Eu entendo que essas três entidades são grandes e poderosas, mas isso não é desculpa para a França fazer o que fez”, disse Solomon Friedman, da Ethical Capital Partners, proprietária da Aylo, segundo a AFP.
A mensagem da Aylo para os usuários terá a imagem “A Liberdade Guiando o Povo”, remetendo à pintura de Eugène Delacroix da figura alegórica com os seios à mostra.
‘Melhor ainda’, diz ministra francesa
Clara Chappaz, ministra francesa de Inteligência Artificial e Tecnologia Digital, comentou na rede social que, “se a Aylo preferir deixar a França em vez de aplicar nossas leis, eles têm liberdade para fazê-lo”.
Já a ministra da Cultura francesa, Aurore Bergé, festejou a decisão da empresa. “Melhor ainda. Haverá menos conteúdo violento, degradante e humilhante acessível a menores na França”, disse ela no X.
A Arcom, órgão regulador francês, afirmou que 2,3 milhões de menores acessam sites pornográficos todos os meses, embora legalmente devessem ser bloqueados.
Plataformas de conteúdo adulto têm sido alvo de críticas em outras partes da União Europeia. Reguladores da UE disseram no mês passado que vários sites, incluindo o Pornhub, seriam investigados por não cumprirem as regras de proteção de crianças.
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