Antipetismo cresce além de Bolsonaro e desafia estratégia de Lula para 2026


Quaest mostra que rejeição ao PT já se descola do ex-presidente e atrai nomes de fora do bolsonarismo, enquanto Lula ainda não encontra discurso para recuperar o centro. Antipetismo já é maior do que Bolsonaro
A mais recente pesquisa da Quaest, divulgada nesta quinta-feira (5), revelou uma dinâmica inédita na disputa política: o antipetismo já é maior que o próprio bolsonarismo. Embora Jair Bolsonaro (PL) ainda permaneça como o principal líder da direita, a rejeição ao PT ultrapassou seu campo de influência. Prova disso é que Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente e apontado como seu herdeiro político direto, é o que apresenta o pior desempenho em uma eventual disputa contra Lula (leia mais).
Essa rejeição ao petista, que antes se concentrava em boa avaliação para a figura de Bolsonaro, hoje se manifesta de forma mais ampla e difusa, alcançando políticos como Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e até Michelle Bolsonaro. São perfis que atraem o eleitorado antipetista, mas que não seguem necessariamente a cartilha bolsonarista.
Desde 2018, as pesquisas indicavam um empate entre o petismo e o antipetismo. Naquele ano, Lula conseguiu atrair parte do eleitorado de centro, mesmo entre os que declaravam rejeição ao PT. Um exemplo simbólico foi o apoio discreto de figuras como João Amoêdo, fundador do Partido Novo, cuja visão liberal o distanciava do petismo, mas que via em Bolsonaro uma ameaça ainda maior. Essa elasticidade, no entanto, parece ter se perdido.
Eleições 2026: Tarcísio e Michelle seguem empatados na liderança como alternativas a Bolsonaro, diz Quaest
Lula, Bolsonaro, Tarcísio, Michelle, Ratinho Jr e Eduardo Leite
Evaristo Sa/AFP; Adriano Machado/Reuters; Agência Estado; Werther Santana/Estadão Conteúdo; Isac Nóbrega/PR; Giuliano Gomes/ PR PRess; Leco Viana/Estadão Conteúdo
Para a eleição de 2026, o PT ainda não conseguiu formular uma estratégia de comunicação eficiente para reconquistar esse antipetista de centro. A dificuldade em se conectar com esse segmento pode ser crucial no cenário polarizado e fragmentado que se desenha.
O antipetismo cresceu, se diversificou e se desconectou de Bolsonaro. Já o petismo ainda busca reencontrar sua narrativa de centro.
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