Grupo religioso tenta voltar ao Brasil enquanto testemunha terror da guerra em Israel: ‘Não há plano, não há nada’


Pastor de Campo Limpo Paulista está com parte da família e mais quatro pessoas em Israel. Voo do grupo, que seria seria na quarta-feira (18), foi cancelado. Grupo religioso do interior de SP aguarda retorno ao Brasil enquanto testemunha terror da guerra em Israel: ‘Não há plano, não há nada’
Arquivo Pessoal
O pastor Cláudio de Souza Junior, da Igreja Regeneração em Cristo, está com parte da família e mais quatro pessoas em Israel. Seis deles são de Campo Limpo Paulista (SP) e dois são da capital. Eles deveriam retornar ao Brasil em um voo nesta quarta-feira (18), mas a partida foi cancelada. Sem saber a data de retorno, eles vivem no país as incertezas e o terror da guerra entre Israel e Irã, iniciada na sexta-feira (13).
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O pastor conversou com o g1 na terça-feira (18). Inclusive, parte da entrevista, por telefone, foi do bunker onde ele e o grupo se refugia toda a vez que a sirene toca em Jerusalém. O pastor conta que é preciso sempre estar de olho no celular. Quando chega uma mensagem de alerta, todos correm para o abrigo.
“Acabou de tocar a sirene de alerta. Acabei de descer para o bunker. Inclusive, estou no bunker agora, gravando, falando com você”, diz
No país, estão ele, o filho, a nora e mais quatro pessoas. É a 17ª vez que ele visita Israel e nunca havia passado por situação parecida.
“Guerra nesse nível, não. Aqui, no Oriente Médio, sempre foi muito hostil. Tem seus perigos, mas eu nunca peguei uma guerra assim aqui em Israel. Nunca tive problema nenhum; na verdade, em Israel, de segurança, foi a primeira vez.
“Psicologicamente, emocionalmente é muito agressivo para nós. Nós nunca passamos por uma situação dessa, de uma guerra. Essa realidade de guerra no Brasil, nós não temos. Então, você ouvir sirene tocando, míssil, correr para bunker, de madrugada, durante o dia, você não ter condição de prever nada, é bem complicado”, desabafa.
Pastor de Campo Limpo Paulista (SP), em Israel, recebe alerta em celular
Reprodução
Ele ainda falou da possibilidade de sair do país pela Jordânia ou pelo Egito. O grupo pede mais ações do Brasil com relação ao grupo e com relação aos demais brasileiros no país. “Sentimos um pouquinho sem o olhar da nossa nação. Não há plano, não há nada, e não há previsão de mudança”, diz Cláudio.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, por intermédio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv, disse que monitora a situação em Israel e permanece em contato com a comunidade brasileira em Israel.
“A Embaixada do Brasil em Tel Aviv insta todos os brasileiros e brasileiras em Israel a seguirem estritamente as recomendações do “Home Front Command” israelense e a permanecerem sempre nas proximidades de abrigo fortificado (“bunker” ou equivalente), para onde devem se dirigir imediatamente ao ouvir sirenes ou outros alertas. Recomenda-se a todos os brasileiros e brasileiras em Israel acompanharem com atenção a página da Embaixada do Brasil em Tel Aviv, em especial a seção de ‘Alerta Consular’, que será atualizada em caso de novos desdobramentos.”
Início da guerra
Na noite de quinta-feira (12), as Forças de Defesa de Israel atingiram dezenas de alvos no Irã. Explosões foram registradas em Teerã e em outras cidades do país. Os militares afirmaram que o objetivo da operação era impedir o avanço do programa nuclear iraniano. O regime iraniano ameaçou Israel e Estados Unidos, ao afirmar que os países iriam “pagar caro”. O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, disse que Israel receberia “um destino amargo”.
No dia seguinte, depois que as forças israelenses realizaram uma segunda ofensiva, o Irã lançou centenas de mísseis balísticos. Vídeos mostraram o momento em que alguns deles atingiram Tel Aviv e furando o sistema de defesa do país rival.
Quem é o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã
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