
Juliana Marins, que fazia um mochilão pela Ásia, caiu durante uma trilha no vulcão Rinjani. Alpinistas tentam acessar local onde brasileira está na Indonésia
O pai da jovem Juliana Marins, que caiu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, no último sábado (21), postou um vídeo nas redes sociais para agradecer o apoio recebido pela família.
Na postagem, ele também agradece o apoio diplomático dado pela embaixada e pelo presidente.
“Obrigado a todos que estão se mobilizando, obrigado ao governo brasileiro, obrigado aos amigos e pessoas que eu nem conhecia e nem esperava mas estão se mobilizando e fazendo o que é possível, nos apontando caminhos para que nos possamos trazer a Juliana sã e salva, que é o que nós esperamos, obrigada pelo esforço de todos”, afirma Manoel Marins Filho.
A irmã de Juliana, Mariana, disse em entrevista ao Fantástico que ainda tem esperança de que ela seja encontrada.
Desde fevereiro, ela fazia um mochilão pela Ásia, tendo passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.
Alpinistas experientes se juntam ao resgate
Dois alpinistas experientes se juntaram, na manhã desta segunda-feira (23), à equipe que tenta resgatar a brasileira Juliana Marins. Segundo a família da jovem, os profissionais “estão indo ao encontro do local do acidente de Juliana”.
“Não temos a informação se eles conseguirão dar continuidade ao resgate durante a noite, mas sabemos que há um bom reforço com equipamentos específicos para acompanhar a equipe que já está no local”, informou o perfil @resgatejulianamarins, criado por parentes e único canal oficial de atualizações.
O Parque Nacional do Monte Rinjani fica na Ilha de Lombok, na Província de Sonda Ocidental, e o fuso horário local está 11 horas à frente de Brasília. Às 5h desta segunda, meio da tarde na Indonésia, a família tinha dito que as buscas haviam sido novamente interrompidas, 3 dias depois do acidente, e que não havia informações sobre como a niteroiense está.
“Às 16h do horário local [5h em Brasília], o resgate foi interrompido por condições climáticas. Mas antes já havia sido dito que eles parariam ao entardecer por não operarem à noite.”
A página afirmou que Juliana parecia estar entre 500 e 600 metros abaixo no desfiladeiro.
“Um dia inteiro e eles avançaram apenas 250 metros abaixo, faltavam 350 metros para chegar na Juliana e eles recuaram. Mais uma vez! Mais um dia! Nós precisamos de ajuda, nós precisamos que o resgate chegue até Juliana com urgência!”
Brasileira foi abandonada por guia durante uma hora, diz irmã
Mapa mostra onde Juliana caiu
Infografia: Dhara Pereira/g1
Críticas
O perfil ainda fez críticas às autoridades da Indonésia.
“O parque segue com a sua atividade normalmente, turistas continuam fazendo a trilha, enquanto Juliana está precisando de socorro! Nós não sabemos o estado de saúde dela! Ela segue sem água, comida e agasalhos! Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência!”, escreveu.
Aparentemente é padrão nessa época do ano que o clima se comporte dessa forma, eles têm ciência disso e não agilizam o processo de resgate! Lento, sem planejamento, competência e estrutura!”
O resgate havia sido suspenso neste domingo (22) também por causa das condições climáticas difíceis, com muita neblina.
Como é a trilha para o vulcão onde brasileira caiu na Indonésia
Quem é a brasileira que caiu em trilha e espera resgate na Indonésia
Informação desencontrada
Irmã de brasileira que caiu em trilha de vulcão na Indonésia desmente resgate
A família da brasileira negou neste domingo (22) informações divulgadas por autoridades indonésias e até pela Embaixada do Brasil em Jacarta de que a jovem teria recebido comida, água e agasalho.
“Recebemos, com muita preocupação e apreensão, que não é verdadeira a informação de que a equipe de resgate levou comida, água e agasalho para a Juliana. A informação que temos é que até agora não conseguiram chegar até ela, pois as cordas não tinham tamanho suficiente, além da baixa visibilidade”, afirmou Mariana, que está no Brasil.
Drone flagra brasileira que caiu em trilha na Indonésia
A irmã também denunciou que vídeos divulgados como sendo do momento do resgate foram forjados.
“Todos os vídeos que foram feitos são mentiras, inclusive o do resgate chegando nela. O vídeo foi forjado para parecer isso, junto com essa mensagem associada a ele”, disse Mariana.
A embaixada do Brasil na Indonésia diz que acompanha o caso e que pediu que a operação de resgate seja feita mesmo à noite. Ao Fantástico, o embaixador admitiu que repassou informações incorretas no início, com base em relatos imprecisos das autoridades locais.
Segundo nota do Itamaraty, dois funcionários da embaixada do Brasil na Indonésia foram enviados, no sábado (21), para acompanhar pessoalmente os esforços pelo resgate.
Jovem Juliana Marins, 26 anos, caiu em trilha na Indonésia
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Em uma postagem nas redes sociais, Mariana deu detalhes sobre a queda da irmã na trilha. Segundo ela, Juliana saiu com um grupo de 5 pessoas e um guia local. O grupo já estava em seu 2º dia de trilha, quando Juliana disse que estava cansada para continuar.
“O guia falou: ‘então descansa’ e seguiu viagem. A gente tinha recebido a informação que o guia tinha ficado com ela, que ela tinha tropeçado e caído. Não foi isso que aconteceu”.
“O guia só seguiu viagem para chegar até o cume. A gente só tem essas informações de mídia local. Juliana ficou desesperada porque ninguém mais voltou e caiu. Abandonaram Juliana”, disse Mariana.
Condições climáticas da trilha onde a brasileira caiu são ruins neste domingo
Reprodução redes sociais
Mapa mostra onde Juliana caiu’
Reprodução/TV Globo
O que se sabe até agora
Juliana Marins caiu durante uma trilha no vulcão Rinjani, uma das atrações turísticas mais conhecidas da Indonésia.
A queda ocorreu na madrugada de sábado (21), no horário local — ainda sexta-feira (20) no Brasil. A jovem estava sozinha no momento do acidente e foi localizada por turistas que passaram pela trilha horas depois.
Jovem Juliana Marins, 26 anos, caiu em trilha na Indonésia
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Quem é Juliana Marins
Natural de Niterói (RJ), Juliana Marins é formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também atua como dançarina de pole dance.
A jovem compartilhou registros da viagem nas redes sociais, onde mantinha contato com amigos e seguidores. O acidente interrompeu abruptamente a jornada.