
Estudo do Fundo Monetário Internacional mostra que nossos cérebros estão mais afiados que os de gerações anteriores. Se depender de um amplo levantamento realizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que analisou dados de um milhão de pessoas acima dos 50 anos, em 41 países, nossos cérebros estão mais afiados que os de gerações anteriores. O estudo mostrou que um indivíduo que, em 2022, tinha 70 anos, demonstrava a mesma habilidade cognitiva de alguém com 53 anos em 2000. Além disso, o estado de fragilidade física de um septuagenário em 2020 correspondia ao de um cinquentão em 2000.
Estudo do FMI aponta que aproveitar a mão de obra madura levaria a um significativo aumento da produtividade
Age without limits: David Tett
A pesquisa reforça uma percepção cada vez mais robusta: os idosos apresentam melhores indicadores físicos e cognitivos – e a definição de velhice talvez tenha que ser revista. Para o FMI, interessam três aspectos: o aumento do número de anos saudáveis e seu impacto no mercado de trabalho; as implicações econômicas das mudanças demográficas; e o papel de políticas para mitigar as questões decorrentes do envelhecimento da população. Apesar da pressão nos gastos públicos com saúde e previdência, o órgão destaca um ponto que avalia como extremamente positivo: aproveitar essa mão de obra madura levaria a um significativo aumento da produtividade.
Estima-se que a combinação de longevidade com queda da fertilidade – na maioria dos países, as mulheres têm tido menos filhos que suas mães e avós – aumentará a idade média dos habitantes do planeta em 11 anos até o fim do século. Embora o panorama seja bastante heterogêneo entre as nações, cinquentões, sessentões e mesmo setentões estão mais saudáveis e afiados intelectualmente do que nunca, o que significa que sua capacidade funcional também melhorou.
Para o FMI, os governos deveriam aproveitar o novo perfil demográfico para investir no capital humano desses trabalhadores, especialmente os que estão entre os 50 anos e a aposentadoria, para engrossar a mão de obra acima dos 65 anos. Isso abrangeria de políticas de cuidados com a saúde e adoção de um estilo de vida saudável à qualificação profissional – e o resultado seria o crescimento econômico. Por outro lado, a consequência de não tomar qualquer providência será uma pressão cada vez maior sobre os cofres públicos, porque a parcela da população economicamente ativa só vai diminuir. Até 2035, todas as economias desenvolvidas do planeta já estarão enfrentando tal cenário; em 2070, a maioria dos países de renda mais baixa, também.
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