CNA diz que economia do Brasil é afetada por ‘crises políticas pessoais’

‘Economia à margem de agenda política sequestrada’ diz carta de confederação do agro
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou uma nota nesta terça-feira (15) onde afirmou que o Brasil voltou às manchetes internacionais “não por suas oportunidades, mas por suas ‘crises políticas pessoais’ internas”.
“Enquanto o Brasil real tenta recuperar sua economia, atrair investimentos, abrir mercados e gerar empregos, a política nacional insiste em girar em torno de uma pauta estéril, paralisante, marcada por radicalismos ideológicos e antinacionais”, disse a entidade.
“A presença dessa agenda como prioridade, inclusive nas relações internacionais, ficou ainda mais evidente com a carta do presidente Donald Trump, um gesto simbólico, mas que reverberou nas instituições brasileiras e criou novo ruído na imagem do país no exterior”, completou a CNA, se referindo ao tarifaço imposto pelos EUA.
A entidade criticou o Congresso, o Judiciário e o governo.
“A verdade é que o Brasil tem sido governado, direta ou indiretamente, por uma obsessão com o passado. O Congresso Nacional, pressionado por suas bases políticas, perde tempo em disputas e manobras que têm pouco a ver com os interesses econômicos do país”, diz a carta.
“O Judiciário, por seu turno, também tem sido envolvido em um protagonismo institucional que, embora muitas vezes necessário, alimenta uma instabilidade constante.”
“E o governo atual é muito culpado também. Em vez de assumir a liderança de uma agenda pragmática e pacificadora, optou por reabrir feridas políticas, reforçando antagonismos e muitas vezes tratando adversários como inimigos”, afirma a CNA.
“Essa escolha tem custo. A confiança empresarial, a previsibilidade regulatória e a estabilidade institucional, pilares de qualquer economia saudável, são minadas quando o próprio governo entra no jogo da revanche.”
“A política precisa corrigir essa grave crise”, conclui a carta.
Reunião com Alckmin
Representantes dos setores como café, carne, suco de laranja e frutas, além dos pescados, se reuniram nesta terça-feira com o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Após o encontro, Alckmin afirmou que não planeja pedir ao governo americano que adie a entrada em vigor das tarifas, uma medida defendida por alguns dos empresários. A previsão é de que os novos impostos sejam aplicados em 1º de agosto.
“Pudemos ouvir deles (empresários) e reiterar o compromisso do diálogo, que é o compromisso do presidente Lula de promover o diálogo e trabalharmos juntos para reverter este quadro”, afirmou Alckmin.
“Houve uma colocação que o prazo é exíguo, pedindo um prazo maior. A ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, mas é procurar resolver até o dia 31. O governo vai trabalhar para resolver nos próximos dias”, concluiu.
Empresários que deram entrevista depois da reunião afirmaram ter confiança no governo para encontrar uma solução para as exportações.
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