Poeira do Saara viaja mais de 5 mil quilômetros e chega à Amazônia; cientistas estudam impacto na floresta


Poeira foi identifica por torre de pesquisa na Amazônia
Divulgação
Pesquisadores encontraram poeira do deserto do Saara na Amazônia. As partículas viajaram mais de 5 mil quilômetros de distância, arrastadas por ventos.
Os registros foram feitos pelo Observatório da Torre Alta da Amazônia (ATTO), que tem uma estação de pesquisa na floresta. A torre de 325 metros, equipada com sensores que monitoram a composição do ar 24 horas por dia, identificou três episódios de partículas entre janeiro e março deste ano. Os achados só foram divulgados agora.
🔎 Entenda o fenômeno:
A poeira viaja entre 2 km e 5 km de altitude, levada por ventos fortes e secos que atuam sobre o Saara.
Ela cruza o Atlântico quando a chamada Zona de Convergência Intertropical está mais ao sul — o que costuma ocorrer no verão do hemisfério sul.
O tempo de transporte das partículas depende da velocidade dos ventos, mas pode levar entre 7 e 14 dias.
A torre detectou concentrações de partículas (PM2.5) que chegaram a 20 μg/m³, enquanto a média da estação chuvosa costuma ser de apenas 4 μg/m³. Ou seja, um volume de poeira até cinco vezes maior.
A poeira foi detectada entre 13 e 18 de janeiro, 31 de janeiro e 03 de fevereiro, e 26 de fevereiro e 03 de março.
Os cientistas ainda investigam os efeitos diretos do fenômeno, mas já sabem que ele influencia tanto a fertilidade do solo quanto a formação de nuvens.
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