
Ministra das Mulheres Márcia Lopes cumpre agenda com lideranças indígenas no Acre
Júnior Andrade/Rede Amazônica
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, está no Acre para cumprir agenda nesta terça-feira (22). Ela veio à capital Rio Branco para participar de uma conferência e reuniões com organizações sociais que irão discutir feminicídio, educação e emprego, além de encontros com políticos.
Em entrevista ao Bom Dia Acre, a gestora destacou programas e canais institucionais mantidos pelo governo federal em parceria com instituições locais como ferramentas no atendimento à população feminina.
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O principal motivo para a vinda da ministra é a etapa estadual da 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, nomeada como etapa sumaúma, na Comissão Pró-Indígena (CPI) com delegadas de diferentes etnias. Além disso, ela vai se reunir com governantes e outras autoridades locais.
Márcia defendeu a articulação entre setores para combater violência de gênero. Segundo ela, as conferências estão sendo retomadas após 10 anos e também devem discutir questões territoriais e a realidade das mulheres indígenas.
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“A política para mulheres é intersetorial. Ela está presente em todas as outras áreas. Quando uma mulher é bem atendida na saúde, na educação, na assistência social, no trabalho, na cultura, certamente essa mulher vai estar mais protegida, mais participante, mais segura. E quando tiver também uma política de prevenção, isso é fundamental. Nós estamos conversando com toda a área de educação para que nas escolas, desde criança, os estudantes aprendam que as mulheres e homens são iguais e que não pode ter nenhum tipo de violência contra a mulher. Então, além desse processo de prevenção, que nós temos campanhas permanentes, e isso toda a sociedade precisa aderir”, avaliou.
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Feminicídio
Márcia também abordou um problema grave enfrentado no Acre: os feminicídios. Somente neste ano, o estado já teve pelo menos cinco casos investigados como mortes motivadas pela condição do gênero feminino.
Por conta disso, segundo a ministra, ações como as conferências são necessárias para chamar a atenção de toda a sociedade.
“Nós temos, ao mesmo tempo, as mulheres guerreiras, determinadas, participantes, que têm dupla, tripla jornada de trabalho, e temos as mulheres que ainda, infelizmente, são vítimas de muita violência. E é contra isso que nós queremos lutar. Mulher livre de violência. Nenhuma mulher pode ser morta por ser mulher. Então, nós temos uma campanha que o Acre já aderiu logo no início, que é o feminicídio Zero”, acrescentou.
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Cultura machista
Ainda segundo a representante do governo federal, outro problema que será abordado nos encontros é o machismo. Ela ressalta que é preciso envolver o setor privado, empresas, universidades, sindicatos, comércio e igrejas para convocar uma reflexão geral.
“O machismo, a presença do machismo, a ideia de que o homem tem domínio sobre o corpo da mulher, isso foi sendo banalizado, naturalizado. Nós temos que, de uma vez por todas, romper com esse processo”, disse.
Para isso, outra medida destacada pela ministra é a construção da Casa da Mulher Brasileira, em Rio Branco, que iniciou em junho.
Porém, ela também ressaltou que é preciso que todas as esferas do poder público adotem medidas para que os objetivos sejam, de fato, alcançados.
“É um espaço onde as mulheres chegam, são recebidas por assistentes sociais, psicólogos, e aí tem Ministério Público, Defensoria Pública, Delegacia da Mulher, Instituto Médico Legal, tem todos os serviços que as mulheres precisam para serem orientadas, protegidas, cuidadas. Além disso, são dois centros de referência da mulher brasileira, Cruzeiro do Sul, que já tem e já está em funcionamento, e também Epitaciolândia, que eu tive a honra de participar da inauguração logo que cheguei no ministério, agora em maio, e que são casas que recebem as mulheres, que orientam, que acolhem, e é isso que nós precisamos”, frisou.
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